Equidade pra nós

Filha de preto, neta de preto

me faz tão preto e embaçado ao mesmo tempo

Não me apto aos mimis

Mas não quero ser morena

nem branca

Quero minhas origens, minha raiz

Preta, Gorda, pobre

Gente o que eu fiz?

eu trabalho e muito, estudo e muito

mas a parada aqui na favela é braba

Eu continuo sem rumo

me equilibro

sou prumo

Ninguém aqui quer muito

Quero ser gay, quero ser preto, quero ser pobre

Eu quero meu direito de ser eu

Não quero as balas aqui, eu não quero policia nem bandido

Sou careta de natureza

Eu só quero o mesmo direito que o seu

de ser Quem Eu Sou

Direito de ser Eu