Inventei uma canção

A verdade é que eu não aprendi a fazer poemas. Queria muito que soubessem...

O que estou tentando fazer aqui é somente vestir algumas palavras. Eu precisava vesti-las de alguma coisa.

Daí inventei uma canção!

Inventei uma canção pra dizer que o que é triste a gente não pode mudar. No entanto, podemos mudar o modo como olhamos para a tristeza. Abrace-a se for necessário.

Mas não parei por aí... Inventei uma canção pra dizer que vez ou outra a gente tira a saudade da caixinha sem rimar com os prejuízos. Ela nunca deixará de ser a mesma. A canção diz que devemos ter cuidado com o que guardamos.

Inventei uma canção pra cantar, pra gritar e pra falar que vai ficar tudo bem. Aprenda a letra. Talvez seu coração se sinta melhor!

Eu ainda tô aqui, na missão da minha canção inventada, pra dizer que lágrimas também cantam. Pare e ouça. Não dá pra fazer muita coisa.

Tem mais... Inventei uma canção pra tentar explicar que a dor do outro reside numa estrofe que não nos pertence. Que a gente saiba escutar sem mudar o tom.

Minha canção inventada também diz que escolhas não devem ser postas em xeque! Escolha é uma nota essencial e individual. Cada um rima com sua ideologia.

É claro que minha canção não poderia deixar de tentar ser singela. Dessa forma, fiz uma canção pra imitar o som do vento. Mais singelo que isso, só fechando os olhos e parando pra escutar e sentir. Talvez assim você faça sua própria canção.

Ainda não consegui terminar. Assim, tentei fazer uma canção que pudesse incluir ressentimentos. Eu nem cheguei a um meio termo: Ressentimentos não merecem canções.

Nessa ideia contínua de inventar minha canção, gostaria de acrescentar os bons momentos. Mas estes cantam por si. Creio que os "bons momentos" sejam os refrãos mais queridos, criados, vividos e recriados. Assim como toda bela canção.

Eu não sabia que criar uma canção era tão difícil. Os temas humanos são muito complicados. Nem tudo rima com a vida. Isso não quer dizer que a gente tenha que parar de cantar ou de inventar uma canção.

Mari Gargano
Enviado por Mari Gargano em 05/09/2020
Código do texto: T7055446
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