ASSEDIO SEXUAL AO HOMEM

Dentro do metrô entra um homem, senta ao lado de outro e começa a encarar e logo fica excitado. O senhor que está sendo olhado se levanta, sai do metrô e procura o guarda e pede a troca de vagão.

O metrô ainda de portas abertas é feita a troca de vagão e o guarda entra no vagão do ocorrido e prosegue a viagem conosco.

A cena foi ridícula de ver, insensível de presenciar e constrangedora de vivenciar.

Me senti agredida pelo homem e solidária ao que sofreu o assédio. Acho que ele teve a ideia exata do que as mulheres passam dentro de um transporte lotado e em algumas circunstâncias da vida.

O guarda não sabia como ficava de tão sem graça. O silêncio era cortado apenas pelos olhares que um jogava sobre o outro tentando encontrar a resposta para aquela cena.

Parece que perdemos a noção do perigo, da vergonha e do senso de ridículo. Tudo junto numa situação só.

A vontade era de sair correndo sem olhar para trás. Mas ao mesmo tempo de dar uma coça no assediador. Mas nada disso resolve nossa liberdade confundida com falta de respeito.

Todos tem direito de olhar, tentar uma paquera, mas assumir o papel diante do outro do qual não foi desejado sai ao senso de aceitável.

O comportamento do assediado foi de uma classe fenomenal. Ele simplesmente saiu. Não usou de violência, nem de palavras pesadas de se ouvir. Muito menos agrediu de volta.

Infelizmente nós mulheres não temos a mesma força de enfrentamento. Porque o homem agressor tira dela a força.

Mas ficou uma lição muito interessante. Não é com violência que se combate a falta de moral e de vergonha na cara. O agressor não teve o mínimo de pudor. Não se sentiu acuado nem com o guarda ali.

Ele levantou e tentou ir atrás da sua suposta caça. Como se a conquista fosse através das garras.

Foi feio demais ver a cena, foi vergonhoso ver como o ser humano tem se rebaixado em nome de desejo e de sua mera satisfação temporária.

Não importa quem foi, importa que não foi aceito por ninguém. Tomara ele tenha aprendido a lição. Porque eu tive vergonha por ele.

Até a próxima...