Aviso
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Acordei cedo com o som dos pássaros, o delicioso cheiro de chão molhado da chuva que caíra a pouco; o rugido forte do mar e com o som do vento balançando as folhagens. Não havia nenhum som humano, nenhum som de máquina. Nada! Era a civilização em silêncio. Tranquilizador!
Saí à varanda de casa. Sou privilegiado por morar na praia. E ver o sol nascer emoldurado pelas nuvens acinzentadas da recente chuva, pelo mar anil e pelo céu marinho descortinando-o calmamente. Majestoso, o dia iniciava sem se importar com nada. Apenas começava. O silêncio era tanto que "ouvia" os próprios pensamentos.
Pensei que só assim, obrigados a ficar confinados é que percebemos que há muito mais do que nossas estúpidas vidas cotidianas nos condicionando a perseguir coisas, sucesso, poder. Tanto, que o que temos a nossa volta nos passa despercebido. É uma pena o nosso egoísmo imperar. Nada de solidariedade, temos que ser os vencedores!
Mas um vírus, surgido do outro lado do mundo, atacou e nos obrigou a nos voltarmos para nós mesmos. Seria o efeito borboleta em sua essência? Incrível!
Estamos há mais de uma semana isolados, de quarentena, e nossa atenção e apreensão pelas notícias de números de infectados e mortos segue dia a dia. O medo e a insegurança nos ronda. Vemos países desenvolvidos sofrendo barbaramente, por negligência ou por pouco caso, quem sabe? Será que é o sinal do início da extinção da nossa civilização, assim como já aconteceu com outras? Será?
E, a nossa frente, ao nosso lado, acima ou abaixo de nós há essa maravilha que se chama natureza. Que talvez esteja se rebelando pelo que vimos fazendo há muito tempo: agredindo-a constante e impiedosamente. Será?
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