Das loucuras mais insanas produzidas pela minha mente, o encontro entre as palavras é soberano e dinâmico. Fico me perguntando como seria se os conceitos antagônicos se encontrassem para uma conversa informal, num fim de tarde, bem debaixo de uma árvore de ipê amarelo, sentados à sombra.
Quem iria sobrepor a força de cada palavra: a leveza ou a densidade? Caberia um contexto. Ou será que o contexto vem antes das palavras?
É tão surreal que entre um trabalho e outro, um organograma e outro, rascunho as palavras se provocando, como se fossem lutadores de MMA num ring. Juiz fora de moda, fica moderando a intensidade dos golpes. Invasivo um tanto que as palavras se perdem antes mesmo de mostrarem seus dotes conceituais. Quem se interessará?
Caio na gargalhada com os resultados (cada louco tem sua mania) enquanto descanso a cabeça para a próxima prova de fogo que acabou de chegar via notificação por e-mail e, trazendo consigo, o peso da relatividade e da hermenêutica, causa de certo pânico no cenário atual.  
Dizem que a meditação também ajuda nesta fuga das ideias que, dispostas em filas duplas, são mal quistas, mas se bem que um duelo entre gigantes é irado demais pra deixar pra outro dia! Vez ou outra clamo com uns mantras e permaneço em silêncio mental, mas antes de chegar lá no campo do relaxamento total, as palavras programam uma espécie de fuga, daí o pensamento acelerado pula de ponta no mar da criatividade e lá vou eu secar o que sobrou, sem causar danos.
Mente, mente, mente porque você insiste em driblar a paz tão sonhada? Jamais serei uma Nobel (ou terei um Nobel, sei lá)... Repita comigo mente insana: Pare por um momento, pare por um momento...
Mas, convenhamos, um encontro entre as ciências temporais (restrição ao conceito) seria bastante oportuno.
Literatura viria como anfitriã receber a filosofia, a sociologia, a antropologia, a matemática, a biologia, a geografia. Festa tipo americana e cada um levaria seu “prato” para servir à mesa ilusória de um banquete cujo alimento seria conhecimento (pra mim que adoro uma empada, o ideal seriam dois pratos: enquanto sacio a fome do corpo, preencho o mapa científico da enciclopédia cognitiva). 
Viagem interplanetária pelos satélites presentes na mente humana. É tão complexo que daria um livro, mas uma síntese seria um pontapé na emoção tão aflorada.
Uma espécie de plantação de girassol, quando a “energia” de uma ciência acabasse, a outra se viraria pra, de frente, doar à encapsulada.
Sem sombra de dúvida causaria um êxtase. E se não conseguiu entrar no jogo, sob o olhar 51(boa ideia) qualquer viagem valeria a pena. E não é?
Enfim, com as palavras em mãos, vou dando formas, colorindo, pintando e massageando seus significados, para quem sabe, num encontro qualquer, abusar da boa vontade e vê-las caminhando felizes pela estrada literária afim de formarem a melhor crônica.

Mente, mente, mente... Porque é tão demente? Volte a trabalhar...


 
Mônica Cordeiro
Enviado por Mônica Cordeiro em 14/09/2020
Reeditado em 15/09/2020
Código do texto: T7063359
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