Se pudesse dar um conselho diria: vai assim mesmo. Ainda que os medos lhe pareçam gigantes frente ao acuado desejo de aprender a andar a cavalo, use os tropelos em marcha, alimente o interior irracional e dê o primeiro passo. Foi assim quando criança, se recuasse pela fragilidade, decerto o andar jamais vingaria.
Vai assim mesmo, desfrutar do amor que não veio embrulhado em papel de presente e nem com garantia de validade eterna. Amores são feito ondas que vão e vem, dando ao mar movimento e equilibrando os sais: amores abortados, amores enlatados, amores líquidos, amores em mim, amores afins.
Só de mochila nas costas? Vai assim mesmo. Fazer suas longas viagens. Não importando que sejam elas pelo mundo, carregadas de conhecimento e liberdade ou aquelas até o interior, para conhecer novos trajetos, marcar rotas, tirar fotografias, registrar momentos significativos e enterrar de vez, dúvidas e suposições, fixadas nas placas de mão única.
Coloca os problemas de molho num balde com alvejante, a não ser que tenha por algum predileção e queira mantê-lo feito animal de estimação e, vai assim mesmo, ver o desfile da escola de samba, ao cinema assitir um filme, voar de parapente, asa-delta, cair de paraquedas...
Vai assim mesmo, sem a melhor roupa, com o cabelo mal arrumado, com o coração apertado, acordar a esperança enferma e colocá-la numa cadeira de rodas. Antes que a vida se vá! Pede carona e vai! É com a arrancada da coragem que o medo fica pra trás.

 
Mônica Cordeiro
Enviado por Mônica Cordeiro em 15/09/2020
Reeditado em 15/09/2020
Código do texto: T7063789
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