Chico o poeta verde.

Quando meus olhos cansados, se furtarem da luz quando minhas pálpebras pesadas renderem-se ao sono eu não terei podido ir.O poeta verde estará em minha Sampa cantando as músicas que compuseram minha vida.Contas feitas, duplicatas, cartões de crédito, falta de saldo bancário, não permitem que eu ouça e veja, já terei rido de minhas dívidas impagáveis e adormecido.

Estarei viajando em meus sonhos vendo sua figura magra dedilhando o violão, derramando sua poesia na platéia, a voz pequena se agigantando nos ouvidos emocionados dos privilegiados que o vêem e dos pequenos poetas que sonham.Devo a ele tantas e tão gratas lembranças.

Andei a toa na vida, vi Januaria na janela, já tomei a gota d”água, viajei nos olhos fundos de Carolina , sambei na pista vendo gente na galeria, o galo cantou sem que nenhum militar impedisse, maltratei meu coração, tantos retratos em branco e preto, tantos sabias, olhos nos olhos, tantas mulheres com e sem chocalhos amarrados na canela, revoluções cantadas com amores e cravos, quantas coxas enroscadas, amores de jeitos mansos, tantos... e tantas outras que nem lembro.O poeta estará somando alegrias, sonhos, e emoções no seu canto.Quando o poeta verde, com nome de rio, e com todas as alegrias deste sofrido povo, agradecer as palmas do seu publico, em sonho receberá também as minhas.Eu tentarei compor uma sopa de letrinhas, enquanto durmo encantado em uma pilha de palavras que juntei do seu canto.Terça feira em São Paulo.Que meu abraço encontre o seu sorriso.

Carlos Said

Carlos Said
Enviado por Carlos Said em 23/10/2007
Reeditado em 19/06/2012
Código do texto: T706737
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