BARCELONA. MADRID. CARCASSONE.

Estamos em Barcelona, a partir de Madrid de onde viemos que já conhecíamos satisfatoriamente, principalmente os bons museus, o “passo doble”, o flamenco”, danças, o “Passeio de La Castejana” , que desemboca na Gran Via e o lugar exclusivo do quadro de imensa dimensão “Guernica” de Picasso, que faz alegoria da guerra civil, que execrou na monumental tela.

Em Madrid se situa o Prado, onde estão as telas dos grandes como Velasquez e outros. Próximo da cidade o famoso Vale de Los Caídos, onde cada pinheiro representa os que tombaram na guerra civil.

A Igreja do Vale de Los Caídos determinada fazer por Franco é contraposição ao Escorial onde estão sepultados os reis. A Catedral monumental é feita dentro da rocha onde estava enterrado Franco, e se passava por cima do túmulo no chão do ditador famoso. Foi exumado após controvérsia e decisão judicial e levado para cemitério nos arredores de Madrid, ano passado, por seus familiares. A história está ao final. Tudo conforme breve excerto que aditei após linha pontilhada.

Fui a Madrid para conhecer duas vezes antecedentes, visitei tudo que estava na curiosidade costumeira como a vizinha Toledo que faz um dos melhores aços e facas do mundo e os artesãos dizem que a água do Tejo é a mágica, e até recitam esta trova na feitura de espadas e facas , “Em Toledo foi forjada / E no Tejo batizada” .

Sobre a cômoda do quarto uma publicidade de restaurante próximo ao hotel. Saímos para jantar. Na recepção me indicaram como iria, era perto, podia ir andando, e fomos.

Uma rua principal e primeira à esquerda. Entramos nessa primeira, uma viela de três metros de largura, mais para escura. Caminhando achei estranho, algumas mulheres com roupas e atitudes da “primeira das profissões”. Achei que estava errado, pensei em voltar, mas no local, logo em frente, apareceu uma grande porta pesada em madeira com luz direta sobre o número que procurava. Achando que podia encontrar algo estranho, temeroso em frequência, empurrei a pesada porta. Era um restaurante espetacular, teto em abóbadas múltiplas, medieval, com tijolos aparentes, tudo muito sofisticado de época remota.

Recebidos, sentamos, muito confortável tudo, cadeiras estofadas com braço também estofado.

Disse que vinha por indicação de propaganda que estava no quarto do hotel que disse o nome.

Então o senhor tem direito a uma garrafa de vinho cortesia da casa. E me trouxe um Marques de Riscal da região de Rioja, uma das melhores regiões vinículas da Espanha. E vi passeando em um carrinho por entre as mesas e servido em cortes uma “porqueta laqueada”. Falei com o garçom, quero como entrada. E todo o temor que tinha quando empurrei a pesada porta se transformou e vi que tinha entrado na porta do céu. Porqueta laqueada com uma uva tempranillo da melhor região hispânica. O resto foi só festa.

Voltamos para o hotel e dia seguinte na hora aprazada encosta o trem para Barcelona.

Partimos e 2,45 minutos após a Barcelona de Gaudí, da Casa Milá , Parque Guel e Sagrada família, das Ramblas, espaço público principal da cidade que vi ferver após dia de vitória do amado Barcelona, um Flamengo carioca, pessoas em festa penduradas e carros abertos em meio a bandeiras agitadas e muita festa, próprio Rio de Janeiro. Daí o gosto de jogadores brasileiros de fixarem lá residência mesmo após vencimento de seus contratos. Ramblas das grandes “paejas”, misto de todas as carnes e frutos do mar temperados misturados em arroz, servidas em gigantescos pratos em meio a alegria dos restaurantes que se estendem por longa calçada em meio a rua com coberturas de enormes barracas fixas cercadas de plantas em jardineiras onde ficam as mesas. Muito bonito, alegre e interessante. Uma cidade vibrante, diria que é o melhor da Espanha, ao menos do que me seduziu conhecer e conheço, com suas tapas e gambas nos bares e o pata negra, festejado presunto.

Chama a atenção onde se encontram os toilletes as placas indicativas e para nós cômicas, “retretas y urinárias”. Sem dúvida Barcelona é o melhor da Espanha.

Nos dirigimos no dia seguinte para um outro alvo instigante e principal, Carcassone, França.

Um local de cidadela da idade média mais bem preservado da Europa, o local que serviu de base para o filme de Robin Hood. Com Kevin Costiner. É lugar incrível. Consegui marcar estada para dormir intramuros, coisa dificílima, fiz do Brasil com bastante antecedência. Há um único hotel. Tivemos que entrar na imensa porta medieval que fecha pela noite andando, e fomos assim até o hotel, puxando as malas de rodinhas. É o único meio de se chegar e hospedar, local de visitação diurna. Fluxo intenso de dia de turistas.

É impressionante a fortificação da cidadela. Pode-se ver colocando na internet Carcassone/imagens.

Carcassone era de quem dela se apoderasse em armas, batalhas sangrentas como se vê em filmes. Assim outras cidadelas como Riquewir na Alsácia que conheço, e outras menos expressivas. Mas nada como Carcassone. Tem esse nome porque quando estava em assédio e cercada para ser tomada, pelos sarracenos, como processo que sofriam as cidadelas medievais, Madame Carca a governante, na investida de Carlos Magno para tomar a cidade que tem seu nome teve uma ideia como conta a lenda. A cidade intramuros resistiu tenazmente. Havia pouco mantimento, e estavam famintos os combatentes dentro e fora da cidadela. Quando não restava mais do que uma medida de trigo e um pequeno porco na cidade, a Dama Carcas teve uma ideia para desmoralizar os inimigos, encheu o porco de trigo e o jogou pelas muralhas rebentando no chão e espalhando trigo. Disse Carlos Magno, eles têm ainda muitos mantimentos, jogando um porco pela muralha e cheio de trigo, devo ir embora.

Carlos Magno levantou o cerco. Madame Carcas fez soar clarins. Carlos Magno voltou e a paz foi selada.

Fechado o grande portão ao cair da noite, estávamos sentados em uma exclusiva e única pracinha comendo alguma coisa em pequeno restaurante com mesas do lado de fora. De repente já deserta a cidadela. Turistas só pelo dia. E deu-se a surpresa marcante. Voltando ao ao hotel ouvíamos nossos passos eclodindo naquele silêncio absoluto das vielas nos caminhos de pedra assentados centenas de anos atrás, parecia estarmos na idade média caminhando centenas de anos atrás. Uma experiência indescritível.

No outro dia fizemos visita guiada pelas muralhas do alto da fortificação em toda sua extensão. Duas horas de descobrimento de seus segredos. Diferenciado realmente. Inigualável voltar a essa história viva. Emociona. Por quantas adversidades pela sobrevivência os homens passaram....

É da vida que realmente não fica só nessa brevíssima passagem que absorvemos certas experiências, como em Roma nas muralhas e paredes milenares que respiram tanta história.

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ANOTO QUE A CATEDRAL É DAS MAIORES DO MUNDO OU A MAIOR, EM EXTENSÃO DE FRENTE A FUNDOS, ESCAVADA NA ROCHA, E MANDADO PELO PAPA DIVIDÍ-LA COM GRADE NO MEIO PARA NÃO FICAR TÃO MAIOR QUE O VATICANO. VALE VER COLOCANDO VALLE DE LOS CAÍDOS, IMAGENS. Celso

"O Valle de Los Caídos (em português: "Vale dos Caídos") ou Abadia de Santa Cruz do Vale dos Caídos é um memorial franquista monumental e basílica erguida entre 1940 e 1958, a cerca de 40 km de Madrid, no município de San Lorenzo de El Escorial, em memória dos nacionalistas mortos na Guerra Civil Espanhola, de 1936-1939.

Foi mandado erigir pelo ditador espanhol Francisco Franco, que, apesar de não ser uma vítima da Guerra Civil, está enterrado no Valle juntamente com outros 33 872 combatentes nacionalistas da Guerra Civil, mas que após muitos anos de controvérsia daqueles que defendiam que Franco não deveria de estar sepultado neste cemitério porque não foi vítima da guerra civil espanhola.

Inclui uma basílica escavada dentro da rocha, na qual estão sepultados os mortos de ambos os lados que se enfrentaram na citada guerra. No mesmo complexo há uma biblioteca e uma abadia beneditina.

Sobre a colina que se sobrepõe à basílica, encontra-se uma cruz monumental que pode ser acedida pelo Funicular do Vale dos Caídos.

Exumação de Franco

A exumação de Franco passou a ter valor de lei em setembro de 2018, quando o Congresso dos Deputados aprovou uma alteração à Lei da Memória Histórica que permitisse a retirada dos restos mortais do ditador do Vale dos Caídos. O decreto-lei foi aprovado com 172 votos a favor (incluindo o PSOE, o Unidos Podemos e todos os partidos regionalistas, incluindo os independentistas catalães da ERC e do PDeCAT, entre outros), 164 abstenções (PP e Ciudadanos) e dois votos contra, de dois deputados do PP, que dizem ter votado assim por engano.

Em 10 de junho de 2019, após vários anos de pressão, o governo espanhol aceitou finalmente, que os restos mortais de Franco sejam retirados da sua campa actual para que os seus descendentes possam escolher qual o cemitério onde iram voltar a enterrar e dar o descanso final aos restos mortais de Franco. Foi uma das primeiras medidas a serem anunciadas pelo governo de Pedro Sánchez, pouco depois de ter tomado posse.

Seguiu-se uma batalha jurídica, que opôs o governo espanhol de Pedro Sánchez e a família do ditador, que se oponha à sua exumação ou que o corpo do ditador fosse transferido para a catedral de Almudena.

Em Setembro de 2019, o Tribunal Supremo espanhol não deu razão ao recurso interposto pela família de Franco, decidindo assim de forma definitiva que o corpo do antigo ditador deve ser exumado do Vale dos Caídos. A decisão foi tomada por unanimidade pelos seis juízes do Tribunal Supremo que apreciaram o recurso[1].

Em 11 de outubro de 2019, o governo espanhol decidiu transferir em 24 de outubro de 2019 o corpo do ex-ditador para um cemitério de El Pardo, nos arredores de Madrid.

A exumação em 24 de Outubro de 2019, contou com a presença de 22 familiares, entre descendentes diretos, como netos e bisnetos, tal como os seus cônjuges. Além destes estiveram presentes os funcionários da funerária responsável pelos trabalhos de exumação e inumação, além da ministra da Justiça, Dolores Delgado, na qualidade de notária maior do Reino de Espanha.

A lápide que jazia sobre o caixão de Franco, com um peso aproximado de 1500 quilos, foi retirada às 11h47 locais. Apesar de o caixão estar em mau estado, os familiares escolheram ainda assim levá-lo em ombros até à saída da basílica. Essa foi a primeira vez desde 1975 que o caixão de Franco foi visto em público, ali captado pelas EFE e TVE, os únicos órgão de comunicação social autorizados a estar no local. O caixão foi de seguida colocado num carro funerário.

A exumação foi feita com o "máximo de discrição e respeito possível", num ato estritamente privado, sem o acesso dos meios de comunicação.

Para o governo espanhol, o corpo do ditador também não podia ser transferido para qualquer local onde houvesse a possibilidade de ser enaltecido ou homenageado[2].

No dia 24 de outubro de 2019, o corpo de Franco foi exumado e seus restos mortais foram transladados para o cemitério de Mingorrubio, no bairro madrilenho de El Pardo. [3]

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 22/09/2020
Reeditado em 22/09/2020
Código do texto: T7069562
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