DAS CONTESTAÇÕES SURGEM AS MUDANÇAS

Não sei muito dizer porque foi assim comigo.

Mais antes do que hoje, o antes aí, é da minha época de menino, a minha família, no caso, dos meus pais e avós, tinha tradição musical; violeiros cantadores, e uma Folia de Reis muito encorpada que se reunia todo final de ano, com uma grande festa no primeiro dia, chamado de saída, e uma festa ainda maior na chegada, no dia de Reis, Seis de janeiro.

Eu gostava muito das festas e daquilo tudo, muito mais pelas guloseimas e pelas brincadeiras com os primos, que eram muitos.

Depois já lá na cidade, dos meus sete aos doze anos, ouvíamos bastante as Rádios do Rio de Janeiro, que tocavam os sucessos musicais da época, que também eram tocados, a pedido, muitas vezes, no alto falante da praça, local onde se formava a avenida, lugar frequentado pelos jovens. As moças caminhavam num vai e volta e os rapazes parados as observava. Dali resultou uma enormidade de casamentos. Charuto, era como chamavam o Sr. que cuidava de colocar as músicas no alto falante.

Quando digo que comigo foi um pouco diferente, é que na família o gosto pelas duplas sertanejas era unânime, ou quase. Eu também gostava mas tinha as que eu não gostava e eu falava, para o incompreensível desagrado de alguns, resultando em algumas implicâncias. Nada de tão importante.

Aqui teria início o desenrolar do meu tema objetivado, que é sobre a minha observação ao longo da vida, das mudanças inevitáveis, contestadas e incorporadas. Deixo então para uma outra, para justificar algo que já ouvi várias vezes. “É preciso mudar para que continue tudo igual”.

JV do Lago
Enviado por JV do Lago em 01/10/2020
Reeditado em 01/10/2020
Código do texto: T7076591
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