Sobre duas rodas

Não sabia que uma vontade adormecida despertaria em mim novamente. Andar sobre duas rodas por aí.Depois de quatro quedas é louvável examinar e acreditar que era hora de parar e andar sobre quatro rodas. Porém no ano de 2015 resolvi andar com duas rodas e andei praticamente 1.000 quilômetros por caminhos entre o bairro Pitangal e Sertão Pequeno para lecionar numa escola rural. Acredito que herdei do meu pai, andar por estradas de terras, matas fechadas, ouvindo o cantarolar dos pássaros. Depois de atacar o nervo ciático acabei ganhando uma moto novamente uma XLX -R 250 modelo 1987 uma raridade. Fui reaprender a andar acelerando a possante vermelha caminho do Sertão Pequeno com um vruummm os alunos ( as ) encontravam comigo no portão da escola, todos eufóricos. Aí depois a beberrona foi embora e chegou uma mais econômica Bross XRX 150 charmosa e quieta entre as matas. Na semana passada coloquei ela a prova no caminho de Virginia - Minas Gerais. Estrada larga, cercada de vegetações e paisagens magnificas entre cachoeiras muito pó. Estrada larga e perigosa pois cheio de cascalhos e britas que podem jogar a gente no chão. É senão fosse a troca do pneu traseiro menor, fino, original dela para dar estabilidade na estrada de terra.Andei como jamais havia andado. Cheio de coragem, mas consciente. Aliás andar sobre duas rodas tem que ter uma chave de segurança que é: responsabilidade. Depois de 12 anos nunca fui imprudente na direção. Nada de euforia, e muitos menos extravagância que pode custar a vida. E outra essência que faz me cuidar é a maturidade adquirida ao longo do tempo. Somente assim é possível preservar aquilo que Deus nos concede. Vou seguindo... por ai... aproveitando a vida. De vez em quando com a minha filha ou o meu filho no carona. Ou sozinho porém com a proteção de Deus. Um lugar simples e aconchegante é tudo que eu tenho e agradeço a Deus todos os dias.