O valor do carinho

Dizem que o carinho é o sinônimo do amor

dar carinho muitas vezes é dar felicidade ao ser humano

é o verdadeiro amor porque às vezes quem doa, nada recebe

e esse doar permite que o ser humano consegue ser feliz aqui.

Fui retrocedendo, retrocedendo, nossa! Voltei há muitos anos atrás. Me vi quando tinha a idade de 7 anos, meu primeiro dia na escola, o 1.º ano primário. Naquele tempo acho que nem tinha jardim de infância, pré-primário. Só sei que lá estava eu nas carteiras do primeiro ano. Nossa primeira professora foi apresentada, seu nome era Dona Maria do Carmo, de início vi meiguice, tudo que é derivado do amor em seu olhar, suas palavras.

A maneira desta encantadora professora (pelo menos eu via isso) explicava era excepcional. Eu em cada prova ia tirando só 10, me encantava com os elogios, me empenhava com afinco.

Faltar de aula, nem pensar, lá ia o menino José Lourenço estudar ou pode ser ver a professora Maria do Carmo ensinar. O ano passou com uma velocidade incrível, passei para o segundo ano. Naquele segundo ano, foi apresentado outra professora. Eu pensava com os meus botões:

--- Uai, não vai ser mais a Dona Maria do Carmo?

A resposta veio rápida, destas quando alguém responde o que nós estamos pensando:

--- Quem passou para o segundo ano não terá mais como professora a Dona Maria do Carmo! Aí cada dia foi duro de seguir...

No primeiro dia de aula, alguns colegas diferentes, a professora, ah! Meu Deus, não tinha o mesmo carisma, pra mim ela teria que ter aquele maravilhoso sorriso da inesquecível dona Maria do Carmo, teria que ensinar com amor, encaixar todas as matérias facilmente em nossas cabeças, ou seja na minha cabeça, mas nada disso acontecia.

Resultado, minhas notas iam caindo vertiginosamente, os ensinamentos que envolviam a aritmética eram como as mais difíceis equações do famoso cientista Albet Einsten. Acho que repeti umas três vezes o segundo ano. Até que um dia me passaram pro terceiro ano, tenho a impressão que também repeti, mas fui indo e cheguei a fazer a admissão, a última etapa do curso primário naquela época. Resolvi não continuar os estudos. Minha mãe me deu a maior bronca:

--- Tem toda a chance de continuar a estudar e não quer, então tem que trabalhar!!!...

Comecei a trabalhar numa gráfica onde publicava o jornal da cidade. Neste trabalho mexia com letras, com elas aprendi a ir montando manualmente artigos para sair no jornal, naquela época tudo manual, ao contar para os mais novos, duro de acreditar: - eu e meus colegas de trabalho íamos juntando as letras, pequenas peças de chumbo, depois ia formando as palavras até formar textos e mais textos para sair no jornal.

Os anos foram passando, quando me dei por conta já estava com meus vinte e dois anos, veio o arrependimento: nossa!!! Eu deveria ter continuado os estudos. Apareceu novamente a oportunidade, alguém disse:

--- Na tal escola, vai começar o curso ginasial noturno, você não quer continuar a estudar?

--- Mas é claro que quero. E comecei com toda a garra, o primeiro ano foi excelente, as matérias que vislumbrava era o português, a história e a ciência, a matemática e a geografia não eram o meu forte, mas mesmo assim em todas as cinco matérias eu passava direto no primeiro período.

Fiz o 1.º ginasial, o 2.º, 3.º e o 4.º, optei em fazer o comercial em vez do científico para concluir o segundo grau. Foi então que formei em contabilidade, foi só teoria porque eu não entrei em nenhum escritório para adquirir a prática, continuei no mesmo trabalho em que havia começado, mas foi bom porque com o segundo grau me facilitou em poder ler bastante e escrever, não uma bagagem estupenda como dos grandes formados em literatura, mas já me ajudava em alguma coisa.

Mas o carinho e dedicação da minha primeira professora foi inesquecível.

É, meus amigos, o carinho das pessoas mexe com a gente!...

E OS PROFESSORES! COMO ELES MEXEM COM AS MENTES!!!