Conjunto da obra

O conjunto da obra

Conversando com meu amor de infância esses dias, somente meu, ela estranhamente não tem essa visão, aqueles amores dignos de virarem livros, percebi o quanto gosto da história da minha vida. Mas se me perguntarem um momento que mais gosto, não saberia pontuar.

Gosto dessa parte da minha vida, de um amor não correspondido, de uma princesa e um plebeu, pelo fato de constatar hoje o que eu já supunha: gostava de uma alma linda que o tempo fez mais notável e mais brilhante. Lapidou o que já era potencialmente especial.

Mas o que gosto na vida não são os resultados. Esses não estão na nossa mão. Sempre achei, embasado na história, que o comprometimento e intensidade do que vivemos são mais especiais e nos ensinam mais do que os resultados, do que os números. Uma história que corrobora essa tese é a de Ayrton Senna. Já superaram seus números sem que sua lembrança fosse abalada. Há uma pesquisa registrada em vídeo, não é minha opinião, que ele foi o melhor de todos os tempos. Todos os melhores assim dizem.

Nem sempre chegar em primeiro vai te fazer o melhor. Assim como sair com as muitas pessoas lindas não te faz feliz, não vai, necessariamente, te fazer um campeão perante esse exigente tribunal da sua consciência. Não são números, são valores!

O que nós precisamos entender é que o conjunto da obra faz a nossa história. As brigas que perdi também me aproximaram de pessoas que valiam a pena me aproximar, pelo valor que elas tinham e tem. E me aproximei por ter escolhido a causa certa.

Lembro com alegria e satisfação das escolhas que fiz. Não por ter acertado sempre. Mas por ter escolhido com o coração. O objetivo nunca fui eu.