O diálogo

Sempre dialogamos, de repente quando a coisa pega paramos, mas sempre recomeçamos, porque algumas reflexões às vezes não coincide com um casal, dá pra entender? Espere aí então eu explico:

Esse diálogo se dá entre eu e minha esposa, eu nasci praticamente dentro da igreja católica, minha falecida mãe foi catequista por mais de 60 anos, era fervorosa na igreja católica por ter sido muito direta uma franqueza sem pestanejar, foi uma verdadeira líder, minha esposa (nós mais de 35 anos de casados) é evangélica, apesar de na sua infância ter sido católica agora é evangélica, dessas autênticas também, não é fanática, possui pensamentos liberais, por ser também firme em suas convicções, de acordo com pensamentos de alguns faziam previsões de que minha esposa não conseguiria relacionar com minha mãe diziam:

--- sua esposa Neyde com sua mãe Maria Vitória não tem lógica de passarem na ponte juntas, sua mãe católica roxa, sua esposa evangélica e firme também. Mas erraram feio, minha mãe com minha esposa eram como se fosse mãe e filha, lógico que elas fugiam do debate sobre religião, mas o relacionamento dava gosto de ver.

Acima apenas uma introdução, mas o debate entre eu e minha esposa começou o assunto desse mistério insondável que é o sobrenatural. sobre a providência divina, ela começa dizendo que nesta vida tudo já está providenciado, quer dizer o que tiver de acontecer acontecerá, Deus na sua infinita sabedoria já sabia de tudo que iria acontecer. Eu não contradigo, mas pergunto, mas porque existe o livre arbítrio, se estava programado, porque a culpa do homem? Nesse instante ela tenta definir assim:

---Nossa! Os desígnios de Deus não cabe em nossa cabeça, por isso não adianta questionar, não entenderíamos nunca!...

Eu tento adiantar também assim:

--- ainda vou mais além: está no Livro Sagrado que justamente no paraíso houve uma divisão tremenda, indescritível, quando alguns anjos rebelaram contra o Altíssimo!

Minha esposa rebate ainda mais dizendo:

--- aí, está vendo, não podemos questionar, o negócio é ter fé, acreditar sempre. Até ali o nosso diálogo estava quase na mesma linha, lógico que o assunto iria complicar, até mesmo alongar se estivesse ali alguns teólogos de diversas partes do cristianismo.

Eu cito o grande teólogo Santo Agostinho, que numa sabedoria indescritível explicaria esses assuntos tão controversos. Um pequeno impasse começa porque minha esposa diz:

--- Santo Agostinho pra vocês católicos e apenas Agostinho para nós evangélicos, o mesmo que vocês dizem São Paulo e nós apenas Paulo, eles foram importantes sim, mas santo só o Senhor Jesus Cristo, mesmo quando chamam o Papa de sua santidade, está errado, ainda mais o atual, não está vendo o que estão falando dele? Eu tento relembrar que no livro sagrado está escrito: -- “sejais santos, como o Senhor...” Então essas pessoas como Agostinho e Paulo e outros mais, conseguiram ser santos.

Eu ia defender o Papa Francisco, mas o diálogo não chegaria num bom senso, lembrei que o grande Papa está travando uma batalha enorme dentro da própria igreja católica, alguns cardeais conservadores estão pegando pesado com ele.