CIBER HUMANO

Eu, o teclado, a solidão e o computador

O visor visa o meu olhar.

Os dedos deslizam no teclado que obedece o que digito.

As vezes erro, e tenho chance de dar um backspace,

Chego as vezes deletar, dou um enter sigo adiante

Quisera que a vida fosse assim também

Digitalizada por nós, num visor que reparasse nossos erros

Tento construir frases bonitas, batizando-as de poesias para tentar convencer-me que as letras substituem a minha solidão.

Estou mais ciber, que humano

Divido meu tempo com as teclas, escrevo poesias e aos poucos vou transformando-as em músicas.

Tudo é fuga e as vezes me canso do modo de vida que estou levando.

Meus amigos, eu encontro todos aqui.

Meus irmãos, estão em cada live que assisto, pois sei que como eu, eles também buscam de algum modo mostrar que a vida vale a pena vive-la com arte.

Vale a pena, ou tudo não passa de uma fuga?

Tenho medo de dormir corpo, e acordar fios, programas e componentes, com a mente transistorizada.

Tudo valerá apena, se o vírus for excluído.

CARLOS SILVA POETA CANTADOR
Enviado por CARLOS SILVA POETA CANTADOR em 28/10/2020
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