Mortos que ainda vivem (no coração)

Meus tipos inesquecíveis, só falecidos:

Meu pai:

Luiz Florentino da Silva, faleceu com apenas 53 anos, foi um dos primeiros garis de São Lourenço, calmo, generoso, quando estava varrendo a rua que hoje é Dom Pedro II, ao passar um enterro, várias pessoas acompanhando determinada pessoa que morria, ele largava sua vassoura e ajudava a carregar o caixão, levava até dentro da igreja Matriz para o padre encomendar o corpo.

Minha mãe:

Maria Vitória, que no auge dos seus quase 100 anos de vida nos deixou, suas obras foram 60 anos de catequese, muito contribuiu na área social, com seus parcos recursos, mas sempre reservava algo pra quem a ela procurava. Na sua missão de dar o catecismo, direcionou imensidão de alunos, representando o amor de Cristo por nós.

Meus irmãos, tudo por ordem de falecimento:

Afonso, parte para a outra vida aos 69 anos, seus feitos foram notáveis, sua inspiração nas poesias indescritivelmente belas, recheada delas numa caderno o qual eu digitei, formando um livro.

Fabiano, parte aos 77 anos vividos, também desta vida sua obra inestimável, sua mente incrível de construtor, sem dúvida nessa área era doutor, sua capacidade de parlamentar era intensa, visão abrangedora, me incentivava muito nessa minha mania de escrever, quantas vezes meio abismado, talvez em ser destroçado por uma possível crítica, dizia:

Fabiano, dê uma olhada neste meu texto. Ele olhava analisava e depois me incentiva em prosseguir.

Francisco, faz a incrível viajem com seus 69 anos, incrivelmente também vividos neste mundo, havia nele algo misterioso, falava sempre sobre o sobrenatural, acreditava muito, apesar de ter abandonado a igreja católica, talvez um dos maiores sentimentos de minha mãe, mas depois ele procurava algo de Deus, em alguma igreja evangélica, mas deixava também, entretanto não deixou de acreditar fielmente no maior livro que todos tem à disposição a Bíblia Sagrada. Francisco na sua inteligência nata era músico e construtor também.

Carlinhos, meu sobrinho irmão, (era sobrinho, mas considerado como irmão por ser criado junto) partiu creio eu que tinha uns 60 anos, seus feitos foram notáveis, para muitos, mente alegre, seu repertório de muitas palavras, da música também entendia, um autodidata. O diálogo com ele poderia se estender indefinidamente sem cansar.

Everildo, partiu aos 69 anos, seus feitos notáveis também, sua inteligência acima da média, creio eu, ele de construção de tudo entendia, muitas vezes ensinava alguma coisa para alguns construtores, engenheiros, até arquitetos, (quer dizer, ele falava que havia ensinado!) alegria contagiante, mesmo que a asma tenha o acompanhado desde a sua infância.

Além destes meus tipos inesquecíveis, houve mais 4 falecimentos de irmãos, 3 deles faleceram praticamente quando eram renascidos, destes cito também a minha irmã Guilhermina, que faleceu quando tinha 14 anos. Se ela sobrevivesse seria uma autêntica catequista como fora a minha mãe.

TIPOS INESQUECÍVEIS FALECIDOS FAMILIARES, MAS EXISTEM OS AMIGOS TAMBÉM FALECIDOS, DIFÍCIL CITÁ-LOS TODOS.

São Lourenço, dia de Finados de, 2020