Sobre portas e gente

Pessoas parecem portas.

Olhe para a porta diante de ti, tem características peculiares; umas brancas, finas, são aparecidas, não tem muita privacidade; outras escuras e grossas, antigas, clássicas, cheias de mistérios, com privacidade.

Portas imaturas ou maduras. Eis algumas das características de algumas espécimes do mesmo gênero, tão imprescindíveis para nossas vidas não é mesmo?

E a função?

Portas impedem a entrada de bandidos, mantém a privacidade (em suma nos protegem de quem não queremos contato)...cada uma no seu grau, conforme já vimos.

E assim são os seres humanos que convivemos.

São portas. Cada um a seu estilo.

Mas o mais curioso e difícil de lidar são os tipos portas escuras e grossas.

Ensimesmados, fechados aos extremo, achando-se cheio de mistérios, são difíceis de lidar e complicados, muito complicados.

Geralmente temos a tendência de bater em portas antigas, porém faz muito barulho, não é? Então, alguns colocam aldravas, aqueles batedores de ferro antigos com cara de leão ou outro animal que ajudam muito a não bater seu dedo na porta e a campainha não soa, fazendo barulho e incomodando o interior da porta.

A mensagem é clara: "sou organizada e séria, antiga; inspiro organização e cuidado. Campainha nem pensar. Não gosto de barulhos".

Como se nos dissesse, desde outras épocas, esses seres com características milenares que devemos ter cuidado ao lidar com eles, cautela no trato, no barulho, na voz, no incômodo com a intimidade etc.

Aí estão algumas lições de portas novas e antigas.

Bata nas antigas com bastante cautela e sem campainha.

Ah, quase iria me esquecendo de um detalhe importante. Se acaso essa porta tiver um olho mágico, mais cuidado ainda. Você está sendo observado, então tenha mais cautela, bem mais.

O fato é que portas estão lá e sempre são abertas.

Alexandre Scarpa
Enviado por Alexandre Scarpa em 04/11/2020
Reeditado em 10/04/2024
Código do texto: T7103712
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