O DIA DO FICO E O DIA DO SAIO

O DIA DO”FICO” E O DIA DO “SAIO”

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Contam-nos os livros de história que no dia 09 de janeiro de 1822 D. Pedro I foi a público dizer que não se retirava do Brasil como a Corte portuguesa exigia, proferindo a seguinte frase “como é para o bem de todos e felicidade geral da Nação diga ao povo que fico”. O dia ficou marcado como o início do processo de nossa independência que ocorreria oito meses depois.

Com o ”dia do fico” o Brasil passou a desenvolver-se, elaborou a sua primeira Constituição e se tornou uma Nação livre de Portugal que o utilizava como colônia.

Hoje, 185 anos após poderemos ver a repetição do fato de forma inversa, protagonizado não por um Imperador, pois vivemos uma república presidencialista, mas pelo presidente do Senado Federal.

Bombardeado por uma seqüência de denúncias de corrupção e falta de decoro parlamentar, o presidente do Senado vem insistentemente dizendo que não sai e não se afasta da posição cobiçada que ocupa. Decorridos mais de quatro meses do início das acusações e defendendo-se de todas as formas. o Senador chegou ao ponto de exaustão e de desgaste jamais vistos.

Pressionado pela mídia e pela vontade popular os parlamentares da Câmara Alta resolveram atender o que a população deseja: a saída do presidente do Senado. Como o presidente insiste em não desocupar a cadeira preferindo a muito custo licenciar-se por 45 dias, os Senadores decidiram que vão obstruir qualquer votação enquanto o presidente ocupar o cargo.

Não desejo julgar o mérito das acusações que pesam sobre o presidente do Senado, todavia, a sua permanência no cargo está prejudicando a governabilidade da nação brasileira que ficará estagnada sem o trabalho do parlamento.

Sabemos que para ocupar cargo de tamanha relevância, o agente público deverá ostentar uma honra ilibada e sem máculas. Ainda que todas as acusações não sejam verdadeiras, percebemos que o presidente perdeu o respeito e a moral para dirigir a Casa.

O que mais ouvimos e vemos nos programas jornalísticos são relatos de corrupções, comportamentos desonestos e falcatruas dos nossos representantes públicos e ao final nada acontece. Isto favorece a que alimentemos a posição de que as acusações procedem e não são simplesmente um jogo político; “onde há fumaça, há fogo”

Assim como D. Pedro teve a coragem de, em benefício da Nação; permanecer no Brasil, o ilustre Senador deveria ao bem do Brasil ter pelo menos um ato de heroísmo pela pátria proferindo a mesma frase, modificando apenas o verbo e dizendo “como é para o bem de todos e felicidade geral da nação diga ao povo que saio”

Esperamos que com a atitude, o Brasil retome a sua trilha de glória e sepulte para sempre a vontade dos políticos de ocuparem os cargos para se locupletarem.

Ficaremos todos agradecidos e a Nação livre dos indesejáveis.