UM MUNDO MISERÁVEL.

Primeira e Segunda Repúblicas.

A qual chegamos agora?

Independência e harmonia entre os poderes. Qual independência? Harmonia?

Harmonia entre ranger de dentes. Conciliábulos. Reuniões que nunca existiriam quando vivos nomes do Supremo Tribunal Federal como Bilac Pinto, Aliomar Baleeiro, Bento de Faria, Carlos Maximiliano , Djaci Falcão, Hermes Lima, Moreira Alves, Moacyr Amaral Santos, Prado Kely, Nelson Hungria, o genial Orozimbo Nonato, Paulo Brossard, Themístocles Brandão Cavalcanti, Victor Nunes Leal.

Viveríamos outros tempos, o da liberdade pura onde – o Direito, o mais puro aliado ao mais belo, norte social, como pontificava Edmond Picard - as instituições valem por seus valores individuais na honra da sinceridade em ser e dizer o direito. Base de tudo. Presente na vida e em todas as relações, antes de surgir a vida humana que regula até sua morte.

A atual representação política, combalida, desfeita pela crítica da opinião no volume das manifestações, execrada ao esgotamento, por esgotada a representação política combalida pelos crimes contra a administração pública perpetrados como histórico", haurindo a marca do sufrágio universal cuja legitimidade é contestada nos tribunais como regra, quando seria excepcionada somente e eventualmente, nunca com a sincronia da permanência, por ilegítima nas trocas entre chefias e chefiados, espelha o mesmo de sempre, como os cúmplices que sentam-se na távola do principal e são sempre acessórios no Poder Temporal ou não.

Quando as mudanças não podem mudar, pois todos pertencem ao mesmo "vaso", nada há a esperar. Pior quando ninguém veste a vestalidade mínima para um possível futuro.

Vamos seguindo, o mundo é caminhar, com ou sem aleijões, tropeçando nas “pedreiras” do caminho.

Nada sabemos nunca ao que se chegou e ao que se chegará, na verdade sabemos muito pouco. Ninguém sabe o que ocorrerá amanhã, como saber sobre o futuro?

Viajamos no "sei que nada sei socrático" que ecoa firme nos tempos sem poder ser desmentido. Mas estamos vivos, ao menos, ainda que para assistir o assombro do descaso, o cinismo da repetência que enfrenta a verdade, a usurpação do direito alheio, mas continuarmos firmes. Já é muito. Arquivamos o que sabemos na impotência do "nada poder fazer". Sofre-se por esse adágio, quando sabemos que poderíamos fazer muito, e nada fazemos, por não poder.

Somos eterna procura, então o que considerar do outro, dos outros, da comunidade, das massas, do mundo?

A utópica vontade permanente encarnada ou não de esperança, morre de passo em passo, refletindo desespero em todas as camadas sociais, criando em grande parte da sociedade a visão que o trabalho honesto deixou de existir, onde se alguém tem alguma coisa, ou aparenta ter, adquiriu de maneira ilegal.

A exceção se fez regra em qualquer escaninho das atividades humanas, mata-se até um Deus inalcançável, vende-se esse Deus nas telinhas de TV, onde ao vivo movimenta-se a fábrica de milagres à granel, comprados com moeda suada dos inscientes comovidos em lágrimas, que festejam a maldade de suas explorações. Os milagres que esvaziam bolsos pobres e necessidades.

Um mundo miserável em todos os sentidos.

Sobra viver e mergulhar em nosso interior e partilhar a felicidade da família, aqueles que puderam construí-la. Longe dessa gritante miséria humana. Um séquito de cegueira.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 18/11/2020
Código do texto: T7114484
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