CONSCIÊNCIA NEGRA. VALOR HUMANO ULTRAJADO.

Consciência seria, tiremos o condicional futuro, É , o maior valor da condução do ser humano. Não implica exagero dizer que ela conduz as normas no fazer e não fazer. É pela consciência que se pauta a vontade, e traça a sociedade a linha do legítimo e ilegítimo, da vontade civil manifestada pelo ser humano com os vícios da vontade que tisnam sua correção, mas também erigem normas penais que indicam o certo e errado, o bem e o mal, enfim, a existência de crime.

Quando se realça uma consciência específica, festejando essa consciência ultrajada em valor, negando humanidades, algo está severamente errado. No caso a ausência de consciência que determinada população humana É HUMANA COMO TODOS, E MERECE O RESPEITO DE TODOS, porque não existe raça, mas SER HUMANO.

Hoje se festeja com feriado essa AUSÊNCIA DE CONSCIÊNCIA.

E ontem imagens terríveis mostram o barbarismo em linchamento de um homem de cor em comércio de Porto Alegre. Festejavam com barbarismo essa inconsciência. Na véspera do feriado de hoje.

Como fenomenologia social racismo centra base no contexto da raça pura. A supremacia de uma raça sobre outra.

O racismo entende existir, como fenômeno de conduta social projetado nas sociedades, raças puras, e por isso com supremacias sobre o todo social, hegemônicas.

A miscigenação vigora no meio social. Esta a grande supremacia sem possibilidade de contradita.

Raça pura é sortilégio dos desaparelhados que desfiguram etnias e gênese. Já foi desastre mundial.

“Nação é a coletividade UNIFICADA por língua e RAÇA". Curso de Teoria Geral do Estado, Pedro Calmon, páginas 19.

Raça é uma só!!! Demonstra a ancestralidade da cátedra de Huxley.

Nos Estados Unidos o sentimento de ódio e de discriminação sempre foram mais latente, por isso se assistiu ao movimento recente que convulsionou os EUA e refletiu na recente eleição depois de um triste e covarde episódio.

Também no Brasil os negros foram vítimas do ''apartheid social" que sempre sufocou o país, estabelecendo um grande distanciamento entre ricos e pobres.

Racismo no Brasil, embora assim seja negado, continua forte e continua ocorrendo, e nem se diga que é velado. Ainda que a constituinte de 1988 se posicionasse fortemente contra a discriminação, com a promulgação da Constituição de 1988 tornando o racismo "crime inafiançável e imprescritível". Mesmo assim anúncios de empregos em jornais anunciavam vagas para pessoas de "boa aparência", o que na realidade inibia a contratação das pessoas de cor na prática. Já de antemão se sabia o recado.

Faz pouco tempo o governo brasileiro no intento de diminuir desigualdades sociais entre brancos e negros, entronizou o regime de cotas para afrodescendentes e estudantes provenientes de escolas públicas nos vestibulares das universidades federais.

Isso remeteu o Estado a virar as costas para a Constituição na sua igualação de todos e distinguir por cor, o que acirra a discriminação.

As leis conduzem a sociedade, ou pelo menos traçam seus caminhos. No caso, igualdade, preceito fundamental, direito individual, lavrado na Constituição Federal, mandamenta:"todos são iguais perante à lei." E acresce “independente de ....cor..”.

Quem assim recolhe? São mesmo iguais todos?

Não, só na ficção da lei. Responde-se.

Seria a tal democracia que iguala só no papel. Os néscios "enchem a boca" sem saberem a impossibilidade do significado, nenhum povo manda em nada, não há “governo do povo, pelo povo, e para o povo”, a maioria, e mal, metade mais um, porção do povo, governa por um tempo através dos eleitos. É arremedo do que seria democracia, creio, pois nem Platão acreditava na República.

A República de Platão define a democracia como o Estado no qual reina a liberdade e descreve uma sociedade utópica. Veja que a utopia já indicava a sinalização da ficção.

Dirigida por filósofos, que abraçam o realismo, conhecedores da autêntica realidade, eles ocupariam o lugar dos reis, tiranos e oligarcas nas democracias. Mas o filósofo ficou desiludido com a forma como a política era direcionada naquela época. Continuamos assim.

Tratados com inferioridade após a ficta abolição, sem nenhuma assistência, então inscientes totais, foram postos à margem de seus valores culturais.

Enfrentaram e enfrentam muitas dificuldades formais no mercado de trabalho até hoje.

Durante o século XX, os negros brasileiros ainda enfrentaram muitas dificuldades para superarem as discriminações no mercado de trabalho e na sociedade em geral. Mesmo com o reconhecimento da igualdade formal perante a lei, na prática os negros não conseguiam facilmente as mesmas posições que os brancos, principalmente no plano econômico.

O "todos são iguais perante à lei" que o Estado brasileiro inverte a garantia e faz discriminar no bojo da própria lei.

O uso de cotas segrega quando admite pela cor o ingresso em universidade posto de lado o mérito. É a lei que se coloca em posição racista, por distinguir. Discrimina.

Não só segrega pelo demérito que irá desqualificar mais um futuro profissional, admitido sem requisitos básicos, ensino capacitador precedente, proporcionando a disfunção educacional e a péssima qualificação profissional, já tão comprometida. Não se aciona "proposição afirmativa" sob o aspecto da razoabilidade enfrentada a regra máxima constitucional. O que se faz com a representação, com a lei enfrentada sem nenhuma razão para fragmentar? Rasga-se como se tem feito a Constituição. Se divide brutalmente por classe em função da cor a sociedade, fragmentando a irmandade desejada. Instituam-se cotas amplamente para bolsas aos que necessitam, alunos que não podem pagar, e se faça o aluno que frequenta universidade pública pagar, como nos EUA, se podem pagar. Esta a razoabilidade. Onde está na lei que é razoável distinguir onde a lei não distingue? Para que serve uma constituinte que sufraga, como em todo o mundo, a igualdade?

Tudo isso agora realçado e marcado pelo ato covarde QUE SE VIU ONTEM EM PORTO ALEGRE, REPUGNANTE, BÁRBARO, HEDIONDO, COVARDE, reprisado amargamente a todo instante na TV, faz com razão a sociedade não saber para onde caminha.

Como dizia Levy Strauss, antropólogo célebre, “ o Brasil transitará pela barbárie sem conhecer a civilização”.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 20/11/2020
Reeditado em 20/11/2020
Código do texto: T7116151
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