Vida de Leão. Ah, que vida!

O leão faminto anda pela floresta, lentamente, pata após pata, seus músculos rígidos mostra a sua força, sua juba balança, ora com o vento, ora pelo balançar de sua cabeça, ora pelo bater do vento. Então sua boca se abre mais e mais e assim se percebem suas enormes presas e a dimensão da boca. Logo a seguir sai um som fortíssimo e faz estremecer tudo em sua volta. O seu urro a deixar clara a sua majestade.

Em outra parte da floresta estava um simples e humilde coelho, feliz com sua alimentação em fartura, pois não precisava correr atrás de sua alimentação. Mas, isso não o deixava mais lerdo ou sequer menos inteligente que os outros animais, pelo contrário o coelho é um animal muito esperto e ágil. Porém aquela tarde feliz estava para se tornar em um terrível pesadelo, pois se aproximava do local o rei da selva.

Em determinado momento, a natureza apresentará um quadro maravilhoso. Digno de contemplação, uma aula exposta sobre mundo animal, porém terrível e muito triste. O leão abençoado pelo vento percebe a presença de seu almoço e imediatamente ocorrem várias mudanças no intimo do rei, seus instintos o transforma num animal cruel, impiedoso. Começa a andar de forma mais lenta e rasteira, com os olhos, brilhando, fitos no coelho, vai chegando cada vez mais perto... O coelho não pode sentir sua presença. Tem que ficar alheio a tudo, distraído com sua felicidade simplória!

Um galho, apenas um galho seco, esse galho! Mais que galho!!! Um galho salvador! Um galho traidor! O leão não viu esse galho. Tão seco, tão pequeno, porém barulhento, delator, fofoqueiro, intrometido. Foi isso sim, que pensou o leão. Pois por causa desse galho o coelho teve chance de defesa. E, começou a correria. Corre daqui, corre de lá, pula aqui, pula acolá, se estica daqui, se estica de lá. O coelho estava com o coração na mão. Suava e tremia, mas não desistia de viver. Meu Deus, será que eu não vou escapar desse leão... De repente os olhos do coelho mostram a salvação: um buraco, um pequeno buraco, sim um buraco, mais é a minha casa, poxa!!! Então com um maestroso pulo entra na sua casa, porém o leão chega bem perto, mais pertinho mesmo, chega sentir o cheiro... Mas não come.

O leão desolado pára e pensa. Um pensar que dá inveja. Ele se vê e se julga. Então resmunga: se eu fosse um coelho, agora estaria dando pulo de alegria, estaria fazendo digestão e se preparando para outra alimentação, deitado daria graças a Deus e dormiria o sono dos inocentes. Que me adianta a ostentação! Ter tudo e todos me temerem. Que me adianta ser rei se não posso ter a vida de um coelho!