Notas pessoais

“Deixa o teu corpo entender-se com outro corpo/ Porque os corpos se entendem, mas as almas não.”

Manuel Bandeira

Depois de possuir-me, já não serei mais o objeto de seu desejo, mas não tenha pena de mim, pois nem você será mais o meu, Nós, meu amor, só iremos nos propor de sairmos mudados disso tudo em busca de nova aventura para nos esquecer da ruína de nossos corpos, da morte que nos espreita.

Entretanto naquele momento fui seu e você por sua vez foi meu, e se assim foi, terá sido foi valido como a leitura de um bom romance, a escuta dos pássaros ou o vento que beija meu rosto. Mais que qualquer coisa esses são meus prazeres.

Por favor, não me tomes como seu objeto depois que tudo estiver findado, se tiver de viver em uma gaiola morrerei, aproveite a música que toca meu corpo elétrico junto ao seu, esse será meu canto para a vida que tanto me custa, o momento em que posso esquecer de mim junto aos seus braço. Não exijas de mim o que não posso dar, se eu, por ventura, exigir algo de ti irei ferir-me a ponto de tornar-me outra coisa que não eu, e se te parece o contrário é que estou tomado de carência, esse sentimento que é comum a todos e que não me distingue como ser único que sou e sei que tu es.

Não diga que gostaria de ficar mais um pouco, invente logo a desculpa mais ordinária e parta para que eu não me sinta culpado de querer ver te longe. Quero que saias. Só quando já estiveres longe poderei sorrir de modo que só eu saiba de meus sentimentos, pois na verdade eu só amo a mim mesmo.