Para Maradona.

Peço desculpas a Maradona, mas nunca fui fã de futebol. Aliás, de nenhum esporte. Nunca me dediquei a uma leitura específica, a ficar horas defronte a televisão torcendo, me agitando, ouvindo comentários , gritando “goool” e fazendo “uhhhuuu”.

Não é menosprezo. Absolutamente! Apenas uma opção. Acho tudo muito demorado: uma partida de futebol, vôlei, o que seja. E aí, a geminiana que ora escreve , resolve fazer várias coisas ao mesmo tempo e não ficar sentada e mirando uma tevê.

Imagino que o esforço para se tornar um atleta deva ser desmedido. Além da pressão dos cartolas, da mídia, do público em geral, de técnicos e treinadores que lucram milhões com os sonoros gols de um jogador, sobretudo de um craque.

Vá em paz, Maradona. Siga em frente com coração tranquilo porque , sei, você não foi apenas um ídolo de multidões. Você teve opções políticas sérias e importantes, soube olhar o outro lado. O lado daqueles que muito pouco têm para sobreviver, que vivem à margem, com seus direitos apagados da história dos seus países.

Escreve hoje o nosso grande teólogo Leonardo Boff a respeito do craque já de saudosa memória:

"Pelé e Maradona são gênios, cada um com seu estilo. Mas me permito ver uma diferença: Pelé tinha pé e a cabeça era para fazer gols. Maradona tinha pé e cabeça que fazia também gols e ainda pensava, mostrando que tinha lado: o dos oprimidos, representados por Lula",

Meus sinceros parabéns a ambos.

Vera Moratta
Enviado por Vera Moratta em 25/11/2020
Reeditado em 25/11/2020
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