Onde o ter não ocupa o lugar do ser (homenagem)

De que adianta apressar o curso do rio se não tenho para onde ir.

Não tenho ansiedades nem sonhos.

O tempo é vago.

Se de noite... durmo; se dia... a pedir.

De que me adianta falar, se esqueci até de comentar com meus botões.

Sou imprevisível...

Posso estar aqui, ali ou acolá...

Que importa! Tudo parece igual. Não me corrijo mesmo.

Sou um mendigo.

Que importa, reitero. Ou, quem se importa? Também não é ser um pedinte.

Pedinte livre de quê... não sei; porém escravo somente da barriga. A qual, às vezes, me atormenta a pedir comida.

Nisto, as lixeiras são as minhas atrações. Onde passo horas a fio catando lixos.

Momentos estes – naqueles monturos – em que solto a imaginação...

Depois tudo passa e volto a vagar.

Afinal a paz, que me faz pensar na vida.

Paz para pensar na minha querida Pátria.

Nota: Homenagem a meu avô.

Edmilson N Soares
Enviado por Edmilson N Soares em 06/12/2020
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