MARISA E O HOMEM NU DO PARQUE BARIGUI

Marisa costumava caminhar todas as manhãs pelas verdejantes trilhas do Parque Barigui. Gostava de respirar o ar puro das manhãs e sentir o cheiro da natureza. Tinha como companheira de caminhadas a vizinha Maristela, ambas na faixa dos quarenta anos.

Naquele domingo Marisa acordou mais cedo do que de costume e resolveu antecipar a ida ao parque. Lavou o rosto, escovou os dentes, trocou de roupa, calçou o tênis e saiu sacudindo o cabelo preso à guisa de rabo de cavalo.

Quando olhou no relógio percebeu que era bastante cedo e pensou se estaria segura praticando seu esporte preferido naquela hora.

Iniciou caminhando num ritmo um pouco mais lento que o normal. No entanto, algo lhe dizia que naquela manhã teria surpresas. Parecia um pressentimento. Estava tensa. Começou a apressar os passos no intuito de reduzir a tensão.

As curvas da trilha poderiam esconder o inesperado e Marisa, cautelosa, respirava forte e sentia o coração bater acelerado.

E não deu outra. Próximo ao riacho, onde a trilha dobrava sinuosa, surgiu do nada um rapaz alto, cabelos eriçados, nu, ou melhor, quase nu, pois vestia um par de tênis azul.

Marisa olhou admirada. Não pode deixar de apreciar a beleza e a anatomia daquela peça. Era muito bonita, sem exageros. Até a cor era agradável. Parecia bastante firme, com ponta arredondada. Desses que toda mulher admira. Um autêntico Adidas, que vem equipado até com amortecedor para o calcanhar. Não é objeto para qualquer um. Custa, no mínimo uns quinhentos reais.

Cumprimentou o rapaz e continuou sua caminhada matinal.

Pressentimento bobo.

CLEOMAR GASPAR
Enviado por CLEOMAR GASPAR em 07/12/2020
Reeditado em 18/12/2020
Código do texto: T7129928
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