Chuvas de adeus

Só chove lá fora e aqui dentro banha a menina, a menina do olho. Ela lembra de uma música e o refrão: Chuva traz o meu benzinho, pois preciso de carinho...

Seu benzinho não tem como ouvir ou saber. Nem se tocar no rádio, em anúncio de jornal ou na TV. Não existe um canal onde possa perguntar: Onde está? Como está? Nessa quarentena sem celular?

No observatório da janela ela espera. O por do sol se esconde atrás de nuvens escuras. Que nem ele se esconde, atrás de tudo, pra fugir do óbvio.