Os 39 deputados do Kabuletê.

Eu me lembro, nos anos 70, quando Toquinho e Vinícius de Moraes lançaram a música: “Na tonga da mironga do Kabuletê”, que era sobre o xingar em nagô.

Eu gostava de ouvir aquela música e era muito tocada no rádio. Num dos programas a Hebe resolveu apresentar a música mas não sabia pronunciar corretamente o nome. Saiu uma coisa estranhíssima, mas bem engraçado.

O meu grande e inesquecível professor de Português do ginásio, o prof. Antônio Pitorri, era também mestre do bom humor. Um colega de classe, que não estudava, nunca fazia os deveres, cabulava aula e que tais também era uma pessoa estimada, sem maldades. Quando o colega inventava uma desculpa esfarrapada por não ter feito um exercício ou alguma pesquisa, lá vinha o professor Pitorri e exclamava: “sr. Cotrim, o sr. é do Kabuletê”.

Era como se dissesse: “ não tem jeito mesmo. O melhor a fazer é se conformar com a situação”.

Lendo hoje o nome das figuras, ou melhor, figuraças que votaram contra a convenção da OEA que combate o racismo, me veio a mente: essa cambada é mesmo do kabuletê.

No site progressista Brasil 247 está:

"A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (9) a adesão do Brasil à Convenção Interamericana contra o Racismo, a Discriminação Racial e Formas Correlatas de Intolerância. O texto consta do Projeto de Decreto Legislativo 861/17, que seguirá para o Senado.

De acordo com a convenção, a discriminação racial pode basear-se em raça, cor, ascendência ou origem nacional ou étnica e é definida como “qualquer distinção, exclusão, restrição ou preferência, em qualquer área da vida pública ou privada, com o propósito ou efeito de anular ou restringir o reconhecimento, gozo ou exercício, em condições de igualdade, de um ou mais direitos humanos e liberdades fundamentais consagrados nos instrumentos internacionais aplicáveis aos Estados partes”.

Para ler os nomes dos mentecaptos que disseram não à Convenção, acesse:

https://www.brasil247.com/brasil/conheca-os-39-deputados-que-votaram-contra-a-convencao-da-oea-que-combate-o-racismo