Crônica do meio da rua

Foi caminhando pelas ruas do bairro onde mora que um senhor, de pouco mais de 70 anos, fez, quase sem querer, a sua primeira crônica.

Enquanto se dirigia à sua casa, seus pensamentos faziam o papel de uma máquina de escrever, mas sem barulho algum.

Sua mente visualizava um planeta extraordinário. No lugar de vastas terras, apenas oceanos. Em vez de casas, barcos e botes. Já os casarões e as mansões eram lanchas iates e transatlânticos.

Peixes e poesia alimentavam os habitantes daquele planeta.

Depois do que leu o que escreveu, o homem ficou pensando e se perguntando: quem vai acreditar que eu produzi uma crônica no meio da rua?

E, imediatamente, concluiu: basta que eu acredite na minha verdade.

Não precisei de caneta e papel para fazer a crônica. Ela se alojou em mim e aguardou para que eu chegasse em casa e pudesse escrevê-la numa folha de papel virtual.

Contrariando o título da minha primeira crônica, hoje penso assim:

eu não estava sonhando acordado.

Chico Legal
Enviado por Chico Legal em 10/12/2020
Reeditado em 10/12/2020
Código do texto: T7132271
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