Perguntas sem Respostas

O instinto de preservação, principalmente da saúde que ainda me resta, além de questões estritamente relacionadas a auto-estima, me afastou temporariamente e mais uma vez dos noticiários, para uma reflexão e análise sobre o povo brasileiro, no qual estou inserido e exposto como a maioria, às mesmas insatisfações, decepções e perplexidades perante o quadro social que se apresenta no Brasil.

Particularmente não vejo a necessidade de “monitorar” os fatos com tanta proximidade, diariamente, pois nos próximos dias, eles, os fatos, serão os mesmos, apenas agravados e acrescidos de outros similares. Soa como se eu estivesse ouvindo o “samba de uma nota só”, repetidamente, sem fim. E isso enjoa, faz mal à saúde porque deprime, despeja adrenalina em excesso nos nossos órgãos vitais.

Assim, após refletir e analisar, com isenção das interferências nocivas e incompatíveis com a vida, propagadas por todos os diversos meios de comunicação, diuturnamente, cumprindo a nobre função de informar, cheguei a diversos questionamentos que, da mesma forma como faço para mim, também o faço para o leitor, você que está se dando ao trabalho de ler este texto. São tantos, que irei destacar apenas aqueles que julgo de maior relevância, dentro de um oceano sem fim.

Com um “pleonasmo redundante”, começarei do início, da origem de todas as amarguras de um cidadão honesto, como por exemplo, até quando eu tenho o direito de me permitir sustentar com o meu parco dinheirinho, toda essa prostituição político administrativa das “Casas de Tolerância”, como o “Palhaço do Planalto” e o permanente “Congresso Nacional de Pilantragens e Safadezas”, ambos de âmbito Federal, sem falar da podridão existente, também, no “Judiciário Maior da Nação” e a derivação de todas essas “Casas” nos níveis Estadual e Municipal ?

Para a prática da prostituição, existem pessoas e lugares próprios, e que não prejudicam a ninguém que dela não “seja obrigado” a participar, além dos envolvidos em tal prática, se é que haja algum prejuízo !

Até quando eu tenho o direito de me permitir, “pagar a conta” do conforto excessivamente desperdiçado, do luxo exacerbado e do requinte exagerado, do enriquecimento sem causa de pessoas que estando a meu serviço, mas que não cumprem com os seus deveres e obrigações, sequer respeitam os dias e horários da jornada de trabalho, e este último, quando o fazem, em sua quase totalidade são contra os meus interesses, em prol do meu prejuízo material e imaterial, usurpando o meu direito de ser atendido com dignidade às minhas necessidades mais básicas, mais elementares, e até mesmo cerceando ou impedindo que eu mesmo o faça por minha própria conta e risco, inclusive para aqueles que direta ou indiretamente dependem de mim, o que é mais doloroso e revoltante ?

Assim, questiono ainda, se e quantas as pessoas já se conscientizaram do “poder de destruição em massa”, que um pseudo-representante do povo brasileiro, e por ele escolhido, possui em função do cargo que ocupa ? E o pior, considerar não apenas “um”, mas sim “um grupo” desses falsos protetores do interesse público, da “Ordem e Progresso” do bem comum, como estampado está no principal símbolo Nacional ?

Até quando serei obrigado a ser violentado pelo descaso, obrigado a ver e ouvir calado as imensas “negociatas” envolvendo vultuosas riquezas, tanto as naturais existentes no solo, subsolo e profundezas do nosso território, quanto as oriundas do “confisco” de grande parte daquilo que produzimos para a Nação, como se dela fôssemos “sócios” apenas com um único direito, qual seja, o de “sustentar a ostentação” daqueles que, criminosamente que se elegem “representantes do povo” com a única finalidade de fazer prosperar os seus próprios interesses ?

A final, até que ponto a “quadrilha” que se instalou no Poder da Nação consegue ter “moral” para rebater, repudiar ou até mesmo “tentar” explicar e responder aos questionamentos feitos acima ?

Certo estava o Brigadeiro Délio Jardim de Matos, em determinada ocasião, ao dizer na ordem do dia para a sua tropa, mais ou menos o seguinte: “ingênuo aquele que pensa que exercer o direito ao voto, caracteriza transição democrática” !

Por Alexandre Boechat

Em 24 de Outubro de 2007.

Alexandre Boechat
Enviado por Alexandre Boechat em 28/10/2007
Código do texto: T713243
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