Finalzinho...

Estamos no finalzinho... essas são palavras de um presidente sem um plano de imunização para a maior e mais grave crise sanitária vivida pelo país. Finalzinho... é assim que se refere um chefe de estado negacionista, irresponsável e debochado ao registro de 181.123 mortes.

Não é hora de rir ou criticar, e muito menos ironizar. Estamos com os hospitais lotados, com um número de mortes absurda. E uma vacina que parece estar bem longe ainda.

Não é hora de viajar pra lá e pra cá feito barata tonta, de defender medicamentos sem comprovação cientifica nenhuma, e, muito menos de tirar self com a família, como o seu rebento número 3 portando uma pistola na cintura.

Essas são ações de alguém responsável que se diz presidente?

Já se referiu à doença como gripezinha, resfriadinho e comemorou a morte de um paciente do estudo de uma vacina contra o vírus. Agora fala de finalzinho...

Finalzinho de quê?

É claro que todos queremos o fim da doença, queremos estar livres para ir e vir, queremos abraçar os amigos, estar com os parentes, ainda mais em uma época que costumamos ser muito festivos... Mas, certamente, gostaríamos que estivesse chegando ao fim, também, do mandato, da irresponsabilidade, da estupidez e da idiotice de um desgovernador insensível, que não se preocupa com a dor alheia, com vidas ceifadas, com pessoas lutando pela sobrevivência em camas, UTIs, CTIs e corredores de hospitais.

Queremos muito o fim da pandemia, mas queremos também justiça pelas mortes de cada uma das pessoas que foram incentivadas a descumprirem as regras de distanciamento, por aqueles que tiveram que sair para não morrerem de fome em casa juntamente com suas famílias e por aquelas que acreditaram em um medicamento que, sabe-se lá, se deveria ser usado.

O caos está instalado... e parece que muito longe do finalzinho...

Nália Lacerda Viana, 13 de dezembro de 2020