Ainda é primavera

Diante de tantos tumultos e muvucas, num corre-corre sem fim, em meio às crises, a exemplo do retorno do avanço do corona vírus, casos e mais casos de ações preconceituosas etc e tal, parece que caímos no esquecimento de que ainda é primavera.

E por falar em tumultos e muvucas, estes não faltaram no período eleitoral. Deixar as eleições para depois das quarentenas, quando estaríamos devidamente vacinados ou imunizados, não fazia parte dos projetos dos que detêm a todo vapor, e a toda a ganância, o poder. Pobre poder! Em regra, é o que parece, nas mãos dos insensatos sem coração, que não conseguem perceber que ainda é primavera.

E, também, por falar em casos de ações preconceituosas, e dos et ceteras e tal, estes, por suas vezes, andam tumultuando e muvucando as redes do pensamento humano, que se materializam e se multiplicam pelas convivências nas redes sociais e no cotidiano nosso de cada dia, poluindo a nossa consagrada e abençoada psicosfera. Parece que os preconceituosos, e os et ceteras e tal, também, não conseguem compreender que ainda é primavera.

Não conseguem perceber, nem compreender, que ainda é primavera, porque lhes faltam a sensibilidade da poesia, a valorização das sutilezas da vida, o autoconhecimento e o conhecimento de que na vida somos regidos pela lei de causa e efeito, segundo a qual somos responsabilizados pelos resultados (efeitos) daquilo que damos causa.

Agora, imaginem vocês! Nestes tempos de crises, sem precisar tecer comentários ou exemplos, o que esperaremos de um futuro bem próximo, diante de tantos discursos de que em breve nos abraçaremos novamente e que a tal pandemia vai passar? E se não estamos fazendo por onde? E quanto às ações preconceituosas, e dos et ceteras e tal, do jeito que as coisas vão, será que em breve também passarão? Será que estamos nos educando e educando o nosso modo de olhar o outro, aceitando-o como ele é e respeitando-o?

Na verdade, ouço muita gente falando bonito, com eloquência pra lá de elegante, sobre essas questões; mas, quanto à atitude..., ainda está muito aquém.

Tudo isso, a meu ver, na minha humilde visão poética sobre a vida, é porque muitos de nós estamos vagando pelas estradas do esquecimento de que ainda é primavera.