Novamente é Natal

Desta vez, um Natal diferente. O invisível quis assim. E ainda a exigir de nós cautela para que outros natais possam existir. Mas sempre Natal. Apesar das incertezas, parece inevitável que ao se aproximar esse período, as pessoas se entreguem a uma espécie de avaliação de tudo o que aconteceu durante o ano. Alegria e melancolia são como duas faces da mesma moeda, que se mostram alternadamente na época do Natal.

Realmente é um tempo especial. Basta olhar em volta: a ornamentação de casas e lojas, os reclames de jornais, rádios e tvs, tudo remete ao dezembro natalino. As cores, os cheiros (de pitanga, como disse Caetano), as músicas, tudo isso é muito peculiar nessa época. Nenhum outro mês é tão marcante em registrar a sua passagem, quanto este.

Razões temos de sobra para fazer deste, um mês diferente. Certamente é o que mais nos aproxima da família e das pessoas, o que mais nos traz a lembrança da infância, com toda a sua pureza, e que mais nos leva, também, a pensar em perdão e reconciliação.

É também época de renovar as esperanças que ressurgem mais fortalecidas ainda neste mês: o ano novo que se aproxima, a comemoração de mais um Natal, as perspectivas de resultados melhores, tanto nos negócios como no campo pessoal, as festas de confraternização que devem ser refreadas para o nosso próprio bem, possibilidade de renovação de promessas não cumpridas, enfim, mais uma chance de começar tudo de novo, juntamente com o ano novo que chega.

A época leva também a muitas reflexões tendo como referência o exemplo do aniversariante mais festejado de todos (ou, pelo menos, o que deveria ser): Jesus Cristo. As celebrações natalinas, embora muitas delas acabem descambando para as bebedeiras e comilanças de costume, sempre abrem espaço, por mínimo que seja, para as reflexões religiosas. Nas palavras de padres, pastores ou qualquer outra pessoa destacada para essas falas, a mensagem da mudança é sempre presente. E tal como o tempo muda, passando por estações diversas, que deixam suas marcas na natureza, assim também acontece com cada um de nós. Os rigores do inverno, as chuvas incessantes, as enchentes, o frio, o calor estorricante que tudo seca, o cair das folhas desnudando as árvores, até o ressurgir pleno das flores com toda a sua beleza, fenômenos que dominam a natureza, ciclicamente, têm o seu correspondente no ser humano, nas diversas fases de sua vida. O frio da solidão e do desamor, as perdas materiais e sentimentais, a sequidão dos relacionamentos e a alegria dos renascimentos, servem de comparações.

O importante em tudo isso é lembrar, a partir do exemplo da natureza, com as estações, do que diz a palavra sagrada, no livro de Eclesiastes: Tem tempo para todo propósito debaixo do céu. A complementação essencial dessa verdade também está escrita: tudo tem o seu tempo determinado. E que esse certo tempo nem sempre é regido pelos nossos relógios ou pelos nossos calendários, resultando, muitas vezes, indeterminado.

Mesmo com todas as mudanças que experimentamos ao longo do ano e da vida, o que importa é que, em dezembro, o espírito de paz e harmonia renasce com força em todos nós, provocado pelo exemplo edificante do menino Deus, nascido e celebrado nessa época. Miremo-nos nele!

Fleal
Enviado por Fleal em 22/12/2020
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