Perdas e danos.

Para além da verdade incontestável que toda a perda causa um aprendizado, também sem dúvida nenhuma toda a perda causa algum tipo de dano para os envolvidos.

Nascemos para interagir e crescer nas semelhanças e nas divergências, não vejo outro motivo para a caminhada terrestre.

Ninguém é uma ilha, no entanto, perdida no deserto de mentes vazias e corpos sarados, busco o oásis que não vem.

Estou para ti como um livro aberto que podes escolher a página, então não seja pacote fechado, intransponível.

Não deixe de aproveitar minha presença enquanto estiver ao teu lado, esta é a hora, não foi por acaso que aconteceu, e não tem esoterismo nesta constatação, é a vida nos oportunizando um encontro que pode ser feliz.

Sou ligada no 220, é.

O que tiver que acontecer ou não, é hoje, é agora, é o momento do encontro.

Se vamos fechar um acordo feliz vai depender de ti, pois sei o que quero e quando quero.

Mas tu podes escolher separar o trigo e ficar com o joio, então a minha retirada será silenciosa e triste.

Depois de muitos desencontros vai ter o dia em que vou cansar de ti que não me entendeu enquanto eu estava ao teu lado.

Cego pelos falsos que te rodeiam podes até não perceber a tua perda, até isso eu entendo.

O problema é que entendo tudo, até teus desacertos, tuas confusões e escolhas erradas.

E no final provavelmente para além da minha dor te perdoarei de novo, porque se não me entendes, se não conseguiste me sacar, eu te entendi todo o tempo, olhar atento que sou, mente que capta o indivisível, o abstrato, o que vai além do perceptível.

O desamor.

Jeanne Geyer
Enviado por Jeanne Geyer em 23/12/2020
Reeditado em 26/07/2022
Código do texto: T7142440
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