O SOL AINDA É NOSSO (BVIW)
                                                                                                               
Certa vez,  deslumbrado com a beleza do céu, Dostoiewski indagou: “é possível que sob um céu assim vivam homens irritados e caprichosos?” Quanto a mim, enquanto houver sol e céu estrelado tecerei loas a minha terra, que também tem palmeiras e sabiás e é tão quente que parece que se  deslocou da terra e está bem pertinho do sol...E Deus para recompensar nos deu um marzão sem fim, com suas dunas e praias belas  emolduradas  pelo esplendor do sol  - que ainda é nosso - o que me faz lembrar Diógenes que  vivia dentro de um barril e não possuía mais do que uma túnica, um cajado e um embornal de pão. Um dia, quando estava sentado ao sol junto ao seu barril, recebeu a visita de Alexandre Magno. Alexandre aproximou-se do sábio, perguntou-lhe se ele tinha algum desejo e disse-lhe que, caso tivesse,  seria imediatamente satisfeito. Ao que Diógenes respondeu: " Sim, desejo que te afastes da frente do meu sol". Com isto Diógenes mostrou que era mais rico e mais feliz que o grande conquistador. Ele tinha tudo o que desejava.
Pois é, enquanto o sol brilha e homens irritados e caprichosos impõem  máscara - e dela declinei - sou mais a fantasia de porta bandeira para vestir a minha esperança e exibi-la nas passarelas da vida com ares  de vencedora destemida.
 
 
 
 
      
Zélia Maria Freire
Enviado por Zélia Maria Freire em 05/01/2021
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