Quebra Cabeça

Quebra cabeça

As minhas costas estão largas, mas parece que não há espaço pra nenhuma cicatriz pequena. Meu castelinho de cartas está montado, mas parece que não precisa de nem um mínimo sopro para desmoronar.

Eu me sinto um manequim, admiram as roupas que estou usando mas não a beleza do meu protótipo. Tocam em minhas vestes para se imaginarem em seus corpos , mas não olham aos meus olhos. Talvez até desejam roubar minhas roupas, e depois empurrar-me para o shopping cuidar do estrago!!

O que está estragado, eu? Um manequim não se mexe, não consegue ter uma vida, é só uma “simulação” de plástico de um humano. Será que seria eu uma simulação de humano mas de carne? Teria eu alguma função, se não há gregos ou troianos q me olhem nos olhos ou me cubram?

O maior pecado que exista talvez pra um criador é sua cria não suportar a si mesmo... não admirar a si mesmo, ou sequer, ter um apego por si mesmo. Eu poderia me perguntar porquê tanto ódio de mim mesmo e da minha moldura, mas a pergunta que eu me faço, é; porque tanto ódio da natureza que talvez teve todo carinho pra montar cada centímetro do meu ser externo! E o mais indecifrável porque eu preciso o tempo todo salientar esses sentimentos para Deus, mundo e meus textos? Não sei, me sinto um ser indecifrável, talvez esteja ficando louco!