o cabelo vermelho

Sentada perto do pé de laranjeira permaneceu por horas, aspirando idéias descontínuas. Todos seus projetos se tornaram trágicos e fúteis.

Tudo desprende das mãos da menina naquele momento.

Pensamentos irregulares, sentimentos de outrora que se fundiam ao vento, esse mesmo que traga seu cigarro violentamente.

Em uma dessas manhãs de outubro, pegou a primeira condução até o parque municipal, o lugar que lhe trouxera a felicidade da belle epoque.

Fora feliz.

Agora se culpava, deixar-se encantar por poesias baratas, mascaras de contemplação.

Com outra ele estava e por ela, nada sentia...Na construção de Buarque ela se via.

Em um bosque qualquer, em uma vida qualquer, as folhas se espalhavam, espalhavam também a dor e tristeza da pequena.

Espetaculosa cena... A brisa forte despenteava o cabelo de sangue.

Sangue que uma só vez escorreu.

Não ali no bosque cinza...

Precisamente na noite subseqüente de um quarto silencioso, em uma casa fria... Havia sangue por todos os lados, fotos e bilhetes espalhados, entre pulsos cortados...

Bem se vai...

Se vai, o cabelo vermelho, não nos deixa poesia alguma, tão pouco flores.

“De mim só se lembraram de esquecer..”

Não suportaria a mesma de sempre. “Oh angustia cíclica de que em todo amor, as coisas venham a tender pela morte...E logo após, forçadamente nos fazer respiração...

ana claudia
Enviado por ana claudia em 30/10/2007
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