CRÔNICAS DA CIDADE- 13

MÁRIO QUINTANA,O ETERNO.

Mário Quintana apareceu na minha vida quando eu era rapaz,ainda estava estudando,batendo bola,fazendo desenhos,namorando à beça,lendo os poetas clássicos,vivia a melhor fase da minha vida no começo dos anos 80.

Sobre a vida do poeta que era benquisto pelos poetas contemporâneos,

pouca coisa eu sabia dele,só conhecia uns poucos poemas avulsos que me chegavam,mas foi o suficiente para gostar do velhinho solitário e solteiro que morava num hotel no centro da cidade de Porto Alegre e fumava pra caramba!

O tempo passou e as pessoas mudaram tanto para melhor como para pior.Só o Brasil nao mudou.Eu mudei,comecei a trabalhar e casei,evolui e tornei-me numa espécie de poeta indescrente,frustrado e assalariado.Que bela evolução!

Mas nunca deixei de devorar os livros dele ,de ler aquele poeta dissidente

que nasceu em Alegrete,onde teve pela primeira ver sua candidatura barrada na academia brasileira de letras,apesar de sua bagagem literária ser imensa.Ele foi um grande prosador com poemas imorriveis.

O poeta da singeleza tinha uma maneira pecular e profunda de dizer as coisas em versos irônicos e trabalhados,em frases bem humoradas e ácidas,mostrando a sua genialidade de um mestre eremita e cansado.Sobre a morte ele disse:"minha morte nasceu quando eu nasci,

despertou,balbuciou,cresceu comigo."

Mário Quintana nunca casou nem teve filhos,mas deixou vários filhos que são seus livros,deixou poemas do qual alguns são prosa poética muito bem escrito.Um dos poemas mais conhecido e sarcástico onde dar uma alfineta na ABL.

Poeminha do Contra

"Todos estes que estão aí

atravancando meu caminho

eles passarão...eu passarinho!"

Mário Quintana morreu no dia 5 de maio de 1994,portanto,eu tinha 22 anos e ia ser papai.Neste mesmo mês e ano também morreria Airton Senna,no dia 1 de maio,dois grandes gênios nos deixava para sempre.

Mas as suas obras nos inspiram até os dias de hoje!

FIM!