Eta Brasilsinho !!!

De fraude em fraude vamos descobrindo um Brasilsinho vil, de pessoas mesquinhas que brincam com a saúde com a integridade física das pessoas, que jogam no lixo o nome de uma nação inteira.

Pobres brasileiros que fincados no seu chão nem podem escapar da chacota a que são expostos diariamente, resta-lhes o consolo de ouvir e rir também como se não lhes atingisse, ou brigar pelo que acredita sem muita convicção, só pra livrar a cara.

De adulteração em adulteração vamos descobrindo que honestidade não é o ponto forte da nosso Brasil, tão brilhantemente cantado em verso e prosa no hino pujante dessa nação, que de rica só tem mesmo a corrupção.

Pobre e imensa nação de homens, mulheres sem oportunidades que contentam-se com esmolas em lugar de educação, saúde e trabalho. Que baixa a cabeça e não luta pelo seu direito elementar e inalienável. Tanta terra, um vasto e imenso chão e uma legião de miseráveis sem terra, sem teto a mendigar um pedaço de pão.

"Pão e Circo para o povo" e ele se torna manso; massa de manobra de fácil manipulação.

"Doe ouro para o bem do Brasil" " O petróleo e nosso, somos auto-suficentes" e daí? O Brasil ficou mais rico, pagou a sua dívida interna? Você viu o preço da gasolina abaixar na bomba de gasolina? Consumimos a pior gasolina do mundo e com preço exorbitante. Temos o álcool, o gás e o biocombustível e o transporte de massas continua pesando no orçamento, seja do empregado, seja do patrão.

Quantos jovens chegam a universidade, e quantos conseguem entrar no mercado de trabalho antes de chegarem aos 30 anos, depois de terem frequentado de 4 a 5 anos em média uma universidade. Por acaso as estatísticas mostram o número de jovens ou adultos com depressão por não se sentirem capazes de produzir ou de terem uma carreira que lhes proporcione qualidade de vida após tanto esforço? Carreira curta já terão esses profissionais num país onde pessoas acima de 40 anos são totalmente descartáveis e sem valor no mercado de trabalho. A informalidade toma conta das cidades e de maneira tão desordenada que enfeia ruas, praças, terminais, não há como legalizar e menos ainda proibir.

O "país do futuro" que acreditavam nossos avós não chegou, não como eles imaginaram, e como chegaria se continuamos a bater recordes de analfabetismo, funcional ou não.

De corrupção em corrupção vamos encolhendo nossa auto estima. Que valores passar aos mais jovens que assistem desde cedo a impunidade grassando desde os altos escalões? Como demonstrar com exemplos que ser honesto vale a pena, se os que se esforçam para construirem essa nação não tem acesso ao que produzem? Se morrem a míngua sem uma aposentadoria justa depois de uma vida inteira de sacrifícios, enquanto os tubarões da política mamam nas tetas do governo com gordas aposentadorias por um tempo que não representa um terço do que um trabalhador ?

Pobre Brasil onde a moeda de troca é "o jeitinho brasileiro" de fazer tudo fora da lei.

Se a nossa saída desse encalacrado de misérias eram os aeroportos e portos, também eles estão no auge da crise; os portos sem investimentos, mal e porcamente servem para nossas importações e exportações, e o apagão aéreo fez com que os aeroportos mergulhassem num caos sem fim.

Ficar e entrar para o tráfico? Esta tem sido a saída de um sem número de jovens que sem oportunidades, sem recursos, são aliciados e engordam as estatísticas da violência.

Uma bola de neve que vai crescendo e não se consegue brecar; a febre do consumismo e a desigualdade cruel entre as classes aliada a falta de educação e oportunidades de trabalho, geram cada vez mais vítimas e agressores numa sociedade egoísta e sem valores morais.

Pobre terra amada tão desgraçadamente aviltada por malandros que praticam a "Lei de Gérson" (que me desculpe o meio campista tri, você não merecia isso.).

Seu futuro Terra Brasilis, não tem a excelência que pretendiam nossos avós; chafurdamos na lama dos aventureiros e pagamos caro por acreditarmos numa sociedade equânime. Erramos ou nos omitimos? Até quando?

De desonra em desonra vamos descobrindo um Brasilsinho indolente e doente por falta de caráter e muito diferente do Brasil soberbo que enchemos o peito patriota para proclamar quando somos chamados.

Angélica Teresa Faiz Almstadter
Enviado por Angélica Teresa Faiz Almstadter em 31/10/2007
Reeditado em 31/10/2007
Código do texto: T717035
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