Quadrinhos! (revista & ampliada)

Sabem, a melhor coisa da minha infância eram as revistas em quadrinhos que a mãe me trazia toda a semana. Uma pilha, toda vez. A coitada não tinha dinheiro pra me levar frequentemente pra passear, pro cinema... Nem pra comprar brinquedos. Trabalhava de segunda a sábado de noite, mas as revistinhas eram sagradas, minhas companheiras enquanto ficava só em casa.

Desde muito pequeno, ainda na década de 70, já ganhava títulos como Gasparzinho, Brasinha, Luluzinha, Bolota... Me alfabetizei com os quadrinhos e aos oito anos já os colecionava. Li e colecionei quase todos os títulos da década de 80, sobretudo o Disney Especial, meu almanaque predileto, sempre trazendo histórias dos patos de Carl Barks e do Mickey de Paul Murray, simplesmente as melhores (embora não creditadas). O Tio Patinhas sempre foi minha paixão. Tenho até o "manual" dele, lançado pela Editora Abril na década de 70, originalmente.
Comecei com Disney e Turma da Mônica. Por volta de 1986 acrescentei a eles os heróis da Marvel (lembro que a primeira minissérie que comprei da editora foi "Guerras Secretas") e o Batman, da DC ("O Cavaleiro das Trevas" de Frank Miller e depois algumas minisséries de luxo como "O Messias" de Jim Starlin). Marvel  e Batman estão entre meus quadrinhos prediletos até hoje. O meu personagem mais querido da Marvel, a partir de 86-87, passou a ser o Homem-aranha, em definitivo. Sobretudo depois que descobri os clássicos de Steve Ditko e John Romita. Tempos depois descobriria também o Demolidor, X-men e tantas outras criações da "casa das ideias"...

Bem, os quadrinhos ainda seguem me acompanhando depois de adulto, como leitor e colecionador. Tenho muitos títulos da infância que readquiri para a atual coleção (quase todos), que recomeçou em 1998. Tive algumas perdas em 2015, mas com as novas aquisições a partir daí saí ganhando. Nunca contei, mas creio ter reunido algo em torno de 2000 gibis, que dividem espaço com muitos livros. Praticamente não sobra espaço pra mim mesmo... Além dos títulos já mencionados, tenho edições especiais como coletâneas do Recruta Zero e aventuras do Fantasma, ambos do King Features Sindicate, personagens clássicos e muito interessantes. Também títulos e temáticas novas, quadrinhos mais autorais como Will Eisner, Moebius, etc. Mais ou menos a partir de 2000 proliferaram as edições de luxo, encadernadas, formato americano, tanto de novos personagens como dos antigos, algo que nem sonhávamos com nossos formatinhos nas décadas de 80 e 90... O preço, porém, ficou mais salgado, uma criança de hoje teria dificuldade para comprá-las. O público-alvo é o adulto.

Concluindo, as histórias em quadrinhos tem uma imensa importância afetiva pra mim. Foram o jeito que minha mãe achou para me entreter e me incentivar à leitura. Deu muito certo! Me tornei um apaixonado leitor, fiz faculdade de História e isso ajuda muito na minha escrita. Elas são a maneira que hoje tenho de entrar numa "máquina do tempo" e visitar aquele menino fascinado com seus personagens, ambos embarcando em empolgantes aventuras!
Sergio Vinicius Ricciardi
Enviado por Sergio Vinicius Ricciardi em 29/01/2021
Reeditado em 05/02/2021
Código do texto: T7171431
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