Sem fantasias e sem fura-filas

Um ano sem carnaval e com fura-filas roubando a atenção dos que passam e dos ficam. Sem escolas, sem blocos, sem enredo, sem bateria, o escambau. Ela jurou desfilar para mim neste ano, mas a passarela foi interditada. Não haverá fantasias, nem folias. Estamos em tempos de “cair na real”, viver, conviver e aprender com a dura realidade. Quando sonharmos..., sonharemos com os pés no chão. Acordados aos clarões de novos tempos. Sem fantasias e sem fura-filas.

No entanto, desfilaremos. Mascarados. Pelas ruas, pelos becos, pelas vilas e vielas. Aqui, ali, acolá e alhures. Ou, se puder, ficando em casa. Fazendo cada qual a sua parte. Cada qual cuidando de si mesmo. Cada qual sabendo de si, ainda que consciente ou inconscientemente. Mas, vamos lá!

Vamos fazer o que deve ser feito, fazendo valer a nossa autonomia, de consciência limpa, independentemente de lei que nos obrigue a agir de tal e tal modo. Sem aglomerações, sem tumulto ou polêmicas desnecessárias. O que importa, nestes tempos atuais, é o bem comum. O bem de todos.

A vacinação começou. Aos poucos, todos nós seremos beneficiados. Nada de fura-filas! Nada de prejudicar os outros! Nada de egoísmo! Nada de arrogância! Nada de “jeitinho brasileiro”! Nada de “carteirada”! Nada de tráfico de influência! Sejamos cidadãos autônomos, como devemos ser de verdade!

O nosso samba-enredo não é escrito no papel nem tocado e cantado nas avenidas; é um grito de alerta pela conscientização em favor deste nosso país do carnaval, sem fantasias enganosas e sem fura-filas.