BBB 21, as entrelinhas

O Brasil todo praticamente elegeu alguns participantes do BBB 21 como os grandes vilões (ou heróis, como diria Bial) do momento da nossa nação e o assunto mais falado nas redes sociais (que antigamente eram as vizinhas nas janelas da casa ou as rodinhas de conversas em praças públicas ) está sendo pautado nas ações ou jogo desses personagens de reality show onde realmente são expressas as mais recônditas antíteses e paradoxos da natureza humana.

Inúmeros fatos estão acontecendo no Brasil, como segunda e terceira onda do coronavírus, eleição na câmara e senado, estupro, julgamento da lava jato pelo STF, e os grandes youtubers e analistas da internet só estão falando no BBB.

A 21° edição trouxe participantes caricatos e extremamente competitivos, que representam em si personalidades e identidades das mais variadas e heterogêneas da nossa sociedade. O burguês, o nordestino, o playboy, a patricinha, o CDF, o intelectual, o sertanejo moderno, o urbano, o suburbano, o ativista, enfim, entre outras.

E quando pessoas exprimem ou não exprimem suas personalidades, pensamentos, estratégias, sagacidade e baixeza, não sei se apenas em busca do prêmio máximo de um milhão e meio, holofotes ou se impor e se garantir perante seus medos, fraquezas e complexos, o reality show em si, assim como um romance fantástico se aloja inconscientemente no cérebro de todos e causa a catarse.

Choro, ódio, raiva e desgosto, pena, esses são os sentimentos que o BBB está desencadeando em seus telespectadores.

Nesse tempo de pandemia, onde muitos deixaram a vida social, principalmente no horário nobre, o BBB tem sido a válvula de escape para fazer o ser humano voltar a ser humano.

Isso mesmo, o BBB tem mostrado em grande potencial o lado sombrio e inescrupuloso da humanidade em busca de poder e autoafirmação e tem feito com que o próprio ser humano resgate, nem que seja em relampejos, os sentimentos de amor ao próximo, a defesa dos mais fracos e oprimidos, virem a tona e amolecer corações. O que acontece nas entrelinhas é isso, uma luta silenciosa e um individual mal estar nítido no íntimo de cada um (quase que um peso na consciência) pela dores e sofrimento de outra pessoa de um B.O. que não é seu.