A era virtual e as conversas ao luar

Certa vez, passando pela sala de TV, ouvi um diálogo entre duas personagens femininas de uma certa novela:

- Poxa! O seu pai mora longe e você conversa com ele quase todas as horas.

Abaixou a cabeça e continuou:

- Eu moro em casa com o meu pai e quase não conversamos. Não temos tempo.

Pois bem, caro leitor, estamos na era virtual, a era que aproxima as pessoas e também as distancia.

Tornou-se comum e muito bem aceito socialmente, a família reunida em uma mesa e cada qual com o seu aparelho celular comunicando com os amigos virtuais, esquecendo-se da presença física dos familiares.

Conversar com quem está longe e formar amizades virtuais, não há nada de mal nisso. Faz bem conhecer novas pessoas e formar novas amizades, ainda que virtuais.

Entretanto, não nos convém esquecer das pessoas que estão perto de nós, na convivência diária. E, também, não nos convém esquecer dos parentes e amigos que estão longe e de ir até onde eles estão e conversar com eles, tomar um café e compartilhar abraços fraternos.

Precisamos, enquanto é tempo, voltar às reuniões ao luar, com as conversas informais, falar da época da infância, das travessuras de menino, dos namoricos inocentes, contar casos e causos de aventuras, olhar uns para os outros, olhos nos olhos, sentir a presença fraterna e confortante da amizade sincera.

Precisamos deixar o luar tomar conta de nós e nos envolver com a mansidão de suas bênçãos e com a paz dos seus raios, harmonizando-nos com as vibrações da brisa amiga, os versos das prosas face a face, isto é, cara a cara.

Quando este tempo de crise pandêmica passar, e a vida nossa de cada dia voltar ao normal, quem sabe!

Yé Gonçalves
Enviado por Yé Gonçalves em 16/02/2021
Reeditado em 20/02/2021
Código do texto: T7185378
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