Homem de poucas palavras
Era um homem de poucas palavras. Gostava de economizar no que dizia, pois achava que assim cometeria menos erros, não diria tantas bobagens.
Com o passar do tempo, percebeu que valeu a pena a ideia de procurar dizer muito, ou quase isso, em poucas palavras.
E mesmo amador, se sentiu competente para fazer prosa e poesia.
Aquele homem de poucas palavras chegou a dar a si próprio o apelido de Senhor Lacônico.
Convencido desse poder de concisão, de brevidade, vive os seus dias a criar textos rápidos, bem curtos, até mais curtos do que este que também foi escrito não por ele, mas pelo poeta que existe nele.
E, satisfeito com os resultados obtidos com seus escreveres, ele promete continuar a ser aquele homem de poucas palavras.