ALÉM DA NÓDOA

Já busquei subsídios que validasse toda a minha dúvida diante das manifestações incontestáveis das rupturas. Sinto-me vazio diante dos obstáculos refestelados de memórias ensandecidas. Outrora vagueávamos juntos ao sol que acobertava nossas peles ainda virgens.

Hoje entendi algo a mais a ser aprendido. Acredito na fiel displicência de acreditar somente pela boa fé ao disparate da somatória intrigante que afeta cada mergulho obsoleto na fraqueza humana diante das mentiras sociais. Feito andarilhos perdidos a própria sorte, quando se profana o gosto amargo do pudor, estremece todas as estruturas falsas das casas alheias. Os tetos costumam ser fracos. E habitua-se também a desmoronar nossas infelizes sensações inoportunas em dinâmicas cansativas.

O ritmo intenso desproporcional ao que se retrai sente o gênio virtuoso daquele cuja função distribui consensos entre o eu do agora versus aquele eu que já fui um dia. Saudades daqueles períodos de ócio criativo. Uma ode ao meu orgulho em desenvolver armas psicológicas contra os aprisionamentos. Escrevo despretensiosamente, um alívio, eu diria.

Chego a súbitos questionamentos: O que é a vida senão a morte programada? Quando respondemos ficamos sem respostas, afinal de contas, não se denomina o inominável. Para poder sentir é preciso desenvoltura itinerante. Desde quando nossas atitudes mefistofélicas dissipou qualquer sentido além da mediocridade, transcrevo memórias com a certeza da não alteração do quadro real. Numa fleumática atitude, sobraremos ásperos na acetinada companhia da natureza, ainda que lânguidos.

Hivton Almeida
Enviado por Hivton Almeida em 18/02/2021
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