Congresso Racional de Todos os Santos

TODOS OS SANTOS - SESSÃO ESPECIAL

PARA GUARDAR NOS ANAIS.

Senhor Deus, Senhoras Santas e Senhores Santos

Ninguém sabe quem sou. Nem eu.

Apenas uma amarga mentira que nenhuma doce verdade pode derrubar, alicerçada que está no poder pelo poder, na obscura senda da lei, na duvidosa sociedade organizada, ou na organizada sociedade duvidosa.

Rasteja o ignorante pelo chão de granito, tentando subir pelas paredes de mármore e caindo perplexo pelas valas das trincheiras, balança uma bandeira estranha.

O pseudo intelectual escreve descrevendo o que o escritor perverso descreve escrevendo. Há uma confusão de onde a nata coalhada de soro leitoso sai embalada em ordem. Ressoa invejada, disputada e celerada. Se não me der a minha parte, entrego a sua parte que você entregou pra mim, para a prensa. O uso do jornal é pra outras coisas. Em confiança.

Antes que me descubram, quero fazer o certo. Antes que me cubram, quero fazer o acerto. Vou perder dinheiro trabalhando ou trabalhar para ganhar um mandato, um posto ( até de gasolina adulterada) ou uma indicação. A sua sêde é o meu voto e a sua água não lava roupa limpa. Em minha casa não há água pra lavar a roupa suja. E nem corpo pra usar a roupa do auxilio paletó. Vivo de auxilios. Fazenda com água no sertão só pra quem tem sítio em Brasilia. E cadeira cativa na mesa que o servente serve e não sorve. Só absorve.

Pra entrar é só ter impunidade. Sair não dá, há imunidade. Sem contar prazo de validade. A mãe de todas as mentiras e o pai de todas as verdades ainda procuram um macho para suas crias. Talvez seja o poltrão.

Céu de Brigadeiro, 01 de novembro de 2007.