equinócio de mim

Meu ciclo anual começa e termina em março. Dia 21, pra ser exata.

Há alguns anos que passei a contar os dias assim, e pode ser que pela proximidade do equinócio de outono, mas o universo soube escolher o dia do meu réveillon. Não pense que falo isso com delicadeza por que acho bonito, apenas aceitei que por um tempo ainda será em 21 de março que desejarei feliz ano novo pra mim e vou erguer minha taça. Não haverá fogos, pois é solitário, o que talvez seja a única coisa de fato bonita. Mas tenho esperado por ele acreditando que a minha vida saia desse loop infinito: para o bem ou para o mal. Ao menos nesse ano sei que não é só na minha vida que as coisas se repetem com frequência, pois ainda esses dias eu me perguntava se por acaso não estaríamos vivendo março de 2020 outra vez e meu coração até se apertou: não há nem mesmo um dia que eu não me decepcione com o país e confesso que isso influencia muito nas minhas questões sobre continuar. Eu sou filha de brasil e o cordão umbilical dessa pátria ainda me alimenta. Tudo bem, esse texto é somente sobre mim e eu preciso aprender a separar as coisas.

Algumas pessoas questionam essa data, outras acham bobagem e uma, especificamente, vai dizer que é um exagero e que gosto de dramatizar. O amor é um drama que precisamos viver, mas meu caro: nem tudo é nó(s)!

Março é para mim o momento que percebo os ciclos e eu nem sei explicar o porquê, mas encontrar novas pessoas nesse mês é consequência, não a causa. E assim tem sido com todos os acontecimentos da minha vida. Algumas coisas são mesmo inexplicáveis e eu precisava externalizar isso de alguma forma, mesmo que só faça sentido pra mim.

Me perdoem pela confusão. Nada em mim merece mais meu carinho, que o coração.

#TextoDeQuinta