Última rotina diária
O medo me toma. Esse sentimento que me trava pelas pernas, e que passeia pelo meu corpo. Não queria ter medo nesse momento, não agora. Havia muita coisa dependendo de mim como nunca dependeu: uma vida. A vida do meu progenitor, meu coração batia mais forte, minha pressão oscilava a cada segundo de pensamento. Só tento fazer o que deve ser feito. Tudo isso me corrói indescritivelmente, como se fosse mil pancadas que me atordoem e fazem me perder no meu próprio “eu”. Seguro o mundo como atlas com todo meu vigor, mas o tic tac da ampulheta permeia a minha mente com um passado que não passou. Muito novo para agir com tal maturidade e velho demais para se comportar como jovem. Tic tac. Amor fati? Tic tac. Atravesso essa sina escura como da mesma maneira que um homem atravessa uma igreja vazia.