A FORÇA DA EUCARISTIA

NARRATIVA RELIGIOSA

A FORÇA DA EUCARISTIA

​Mulheres maravilhosas deixam suas vidas amorosas, suas famílias, seus estudos e se dedicam a passar a vida em oração pela humanidade. Fazem os três votos permanentes de pobreza, castidade e obediência para viverem em oração, silêncio e isolamento social, mas, numa liberdade total atrás das grades que separam o claustro do convento do mundo profano. Três, também, são os motivos que permitem a saída das irmãs enclausuradas: doenças tratadas em hospitais, necessidades importantes dos pais e o voto eleitoral.

​A conversa com elas no parlatório, separadas por grades, revela estarem cientes de tudo o que se passa no mundo, objeto de suas orações.

Em 1997, a pedido do nosso Arcebispo Militar, o saudoso Dom Geraldo do Espírito Santo Ávila, devoto de Santa Tereza D’Ávila, Fui conhecer a idosa irmã Terezinha no Carmelo do Carmo, no Lago Sul em Brasília, a qual tinha autorização episcopal para acompanhar sua irmã mais velha, Dona Lília, viúva de um Almirante, que vivia no quarto de hóspedes do convento, mas frequentemente precisava de internação urgente no Hospital das Forças Armadas, o ​HFA, onde eu levava a Comunhão aos doentes internados, como missão de Ministro Extraordinário da Sagrada Comunhão Eucarística – MESCE.

Durante tais visitas ao quarto de hospital, a irmã Terezinha me contava a história da bem-aventurada Madre Maria José de Jesus, nascida Honorina de Abreu, em 18 de fevereiro de 1882, órfã de mãe aos nove anos e filha do grande historiador, patriota e ateu Capistrano de Abreu que redigiu a melhor proposta de Constituição Brasileira:

“Artigo Primeiro: Todo brasileiro deve ter vergonha na cara. ”

“Artigo Segundo: Revogam-se as disposições em contrário. ”

Seu pai sempre apresentava a bela filha a jovens e ricos rapazes da alta sociedade carioca, na esperança de que ela se casasse e lhe desse netos.

Aos vinte anos, a jovem Honorina subiu ao Morro de Santa Tereza e suplicou ser aceita no Convento da Ordem das Carmelitas Descalças.

Contrariado, seu pai agnóstico e anticlerical, Capistrano de Abreu, chegou até a escrever: “o caso da minha filha Honorina é pior que a morte”.

Poliglota que era, Madre Maria José de Jesus, traduziu as obras Completas de Santa Tereza de Jesus e a Imitação de Cristo de Tomás de Kempis. Seu nome religioso se referia à Sagrada Família de Nazaré: Jesus, Maria e José.

Ganhei da Irmã Terezinha um relicário contendo fragmento do hábito vestido por Madre Maria José de Jesus, falecida no Convento de Santa Tereza, no Rio de Janeiro, em11 de março de 1959.

Certa tarde, ao levar duas Hóstias Consagradas ao hospital, a irmã Terezinha me disse que sua irmã Lília se encontrava inconsciente há três dias e, portanto, não poderia comungar. Iniciei o cerimonial de comunhão para entrega de Jesus Eucarístico, apenas para a acompanhante, e coloquei o relicário nas mãos da enferma desfalecida. Mas, no instante em que apresentei a partícula à comungante Irmã Terezinha, dizendo: “Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo! ”, a dona Lilia abriu os olhos e balbuciou: “ Senhor, eu não sou digna de que entreis em minha morada, mas dizei uma só palavra e serei salva! ”

Incrível! Parece que a dona Lilia reservou suas últimas forças para proferir a jaculatória e receber o Pão dos Anjos!

Esta narrativa é apenas um exemplo do sinal de que Jesus Cristo está inteiramente, como Deus e como homem, presente na Eucaristia de modo verdadeiro, real e substancial, com Seu Corpo e com Seu Sangue, com Sua Alma e Sua Divindade de maneira sacramental, sob as espécies eucarísticas de pão e de vinho. ​