REFLEXÕES NA PANDEMIA

As horas se arrastam, o tempo parece até que também usa máscara, pois um dia faz sol e já em outro o tempo chega trazendo seu pranto de dor, tudo logo fica cinza, sem brilho e sem cor; como se a máscara, de repente, caísse e o grito que estava preso na garganta ressoasse em um instante de clamor. São tantas vidas ceifadas e sorrisos aniquilados nesse momento sombrio de pandemia. É impossível que o universo tenha virado pelo avesso, acho tão perfeita a criação do Criador! Mas, somos meros Seres, criaturas errantes, que desprezam seus semelhantes e não valorizam nenhum gesto de amor. O amor doação é o maior de todos os sentimentos, e aqui eu deixo registrado uma prova de amor incondicional em família.

Eu fiz a minha parte, e continuo seguindo todas as orientações possíveis e necessárias pela luta contra o letal vírus Covid-19. Eu compreendo a relevância do distanciamento social nessa época de pandemia. Principalmente, porque sou uma grande admiradora das borboletas, elas que passam por longas e difíceis metamorfoses, isoladas em casulos, e para elas o isolamento não é o fim, mas o começo de uma nova vida. É renovação e liberdade para voar. Uma grande lição!

No final de janeiro deste ano, mesmo com todos os cuidados necessários, o vírus invadiu o meu lar, sem ser convidado, ele entrou sorrateiro e se instalou. Eu comecei a sentir os primeiros sintomas, e minhas duas filhas sem sintomas, não me deixaram sozinha, permaneceram ao meu lado a todo instante, dia e noite, lutando comigo, passando carinho e muito amor. Uma semana depois, elas começaram a sentir os mesmos sintomas; continuamos unidas e isoladas, se ajudando mutuamente. Três vidas, três lutas e três vitórias. Foi muito difícil travar uma batalha contra um inimigo invisível e tão cruel, mas o amor foi vitorioso. Por isso, continuo fazendo a minha parte, doando amor e recebendo amor. Mãe e filhas que se amam, se completam, mas também se respeitam.

Portanto, que as nossas máscaras sirvam de proteção e nunca de omissão. E que elas não cubram os nossos sorrisos, porque os olhos também sabem sorrir.

Três sorrisos sem máscaras, uma foto em família e reflexões necessárias na pandemia.

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Obs. A foto em família mostra as três sorrindo sem máscaras (Eu e minhas duas filhas)

Elisabete Leite
Enviado por Elisabete Leite em 03/04/2021
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