Buscando a filosofia.

Primeiro um reboliço de origem não tanto desconhecida se estabelece e se faz incontinente. Da vontade surge o decreto. Agora é só esperar. O alivio é convincente desses que deixa agente com o poder de soltar o prisioneiro inocente que passara o dia inteiro preso, a esperar. Num momento o traque de massa prenuncia a bomba atômica. O Caladinho nem se percebe mais não perde em eficiência. Rajada de metralhadora rasga tecido, rasga silêncio, e provoca risada boa. A risada de Irene. Aí todos se fiam, buscando a filosofia a vida fica muito mais á toa.

Socializou-se o contexto. Todos ficam mais alegres. O velho que não aceita o feito repreende pra restabelecer a moral. Mais a moral dele só não existe, pois no particular todo o mundo é igual.

Em se falando particularmente, naquele particular, buscando a filosofia, a coisa fica normal, quanto mais, mais à vontade se assim for todo dia.

Seguimos tocando a vida. Escondemos do desconhecido. Mocinhas se enrubescem com o moço mais atrevido. Em público crime hediondo, inafiançável, condenado sem julgamento, expulso sem prévio aviso. Em fim não é normal o normal toma tempo para ser natural. Mas o tempo perdido não se recupera. O casal apaixonado pisa em ovos, afinal não se pode decepcionar e nos melhores momentos não se pode nem pronunciar.

O tempo passa, passa o tempo, pai de todas as coisas. Curador de todas feridas. Aremendador de plantão. Porque nem todo tempo está-se vigilante e num descuido qualquer, o clique do gatilho, só se ver o estampido e ver-se que se perdeu tanto tempo. E agora sem maldade exercite sua liberdade solte seu preso se quiser. O tempo só o tempo se encarregará do resto. Eu sei. Só o tempo verá que presto uma justa, solene e irreverente homenagem ao Rei.

Manuel Oliveira,

Manuel Oliveira
Enviado por Manuel Oliveira em 03/11/2007
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