DOE O QUE NÃO DÓI

A jovem suspira enquanto faz a arrumação de suas roupas e verifica que muitas peças já há muito tempo não são usadas. São peças quase novas, muitas delas usadas poucas vezes. Algumas trazem lembranças de viagens, outras de um presente, ou até de um primeiro encontro. Todas tem seu valor e sua peculiaridade.

Ela fecha a porta do closet. Fica Incomodada com sua indecisão. Não aprecia o seu próprio apego. Sabe que não utiliza grande parte do que possui e que pode ser doado. Admite que precisa se desfazer de peças paradas sem uso e em muito boas condições. Sabe ser mesquinhez doar apenas aquilo que não lhe agrada e que possívelmente não agradará a outrem também.

O quadro acima, conhecido de muitos de nós, nos leva a uma instigante reflexão: todos nós temos conhecimento de que a solidariedade e a empatia, por si só pouco valor possuem, pois sabemos que o gesto concreto é que materializa a misericórdia.

Sabemos que assim como nossos bens doados, tambem nossos sentimentos ao serem expressados devam ser acompanhados de muito cuidado para que não machuquem quem vai recebê-los.

Feita essas constatações voltamos aos nossos guardados e seu desuso e constatamos a importância do desapego, que uma vez colocado em prática também está sendo praticado um ato de amor!

CEIÇA
Enviado por CEIÇA em 07/04/2021
Reeditado em 07/04/2021
Código do texto: T7226240
Classificação de conteúdo: seguro